O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta quinta (29), que houve uma tentativa de golpe de estado no Brasil no dia 8 de janeiro por um “cidadãozinho” que não aceitava o resultado das eleições.
A declaração foi dada à Rádio Gaúcha pouco antes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por conta da reunião com embaixadores sobre o sistema eleitoral brasileiro, no ano passado.
Lula foi questionado sobre porque não considera a situação política da Venezuela como uma ditadura, em que contestou a afirmação e disse que o país liderado por Nicolás Maduro “tem mais eleições” que o Brasil. E afirmou, ainda, que aqui a oposição não aceita o resultado das urnas.
“Não tivemos um cidadão aqui, um sabidinho que não quis aceitar o resultado eleitoral? Não tivemos um cidadãozinho aqui que quis dar golpe no dia 8 de janeiro? Tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral”, disse.
Ele afirmou, ainda, que “nem todo mundo é como Lula, que perdeu do Collor e aceitou o resultado, que perdeu duas vezes do Fernando Henrique Cardoso e aceitou o resultado, vai para a casa lamber as suas feridas, como diria o Brizola e se prepara para outra luta”.
Lula disse também que o conceito de democracia é “relativo” de uma pessoa para a outra, que, para ele, existe na Venezuela. No começo desta semana, a Human Rights Watch afirmou que a nomeação de novos membros para o Conselho Nacional Eleitoral do país ameaça o sistema eleitoral "já injusto", já que todos pertencem ao partido do governo.
“O que fez o mundo tentando eleger o Guaidó presidente da Venezuela, um cidadão que não tinha sido eleito? Se a moda pega, não tem mais garantia na democracia e garantia do mandato das pessoas. Quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições. Agora vai ter eleição. Derrota e assuma o poder. Vamos lá fiscalizar. Se não tiver uma eleição honesta a gente fala”, completou.
A fala contra Guaidó foi semelhante a uma declaração dada durante a visita de Nicolás Maduro ao Brasil, no mês passado, em que foi recebido com honras por Lula no Palácio do Planalto. A visita foi vista com desconfiança por líderes latino-americanos que questionaram a retomada das relações bilaterais com o país.
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