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Lula
Lula diz que Putin será convidado para participar de conferências do G20 e do Brics no Brasil, e caberá a ele avaliar as consequências.| Foto: Ricardo Stuckert/Secom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, no final da manhã desta segunda (4), que o presidente russo, Vladimir Putin, pode ser convidado para visitar o Brasil mesmo sendo alvo de um mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é signatário.

Putin responde, na Corte internacional, por crimes de guerra relativos ao conflito desencadeado por ele contra a Ucrânia. O TPI afirma que ele é “supostamente responsável” por ocorrências como deportação ilegal de população e transferência ilegal de população da Ucrânia para a Rússia.

Lula afirmou que “se o Putin vai ou não, ele vai ser convidado” para participar das conferências do G20 e do Brics no Brasil, e que o presidente russo precisa avaliar eventuais consequências.

“É um processo, ele tem que aferir as consequências. Não sou eu quem vai dizer. É uma decisão judicial, e um presidente da República não julga as decisões judiciais. Ele cumpre ou não cumpre. [...] E se ele [Putin] comparecer, ele sabe o que vai acontecer. Pode acontecer, pode não acontecer”, disse Lula durante uma entrevista coletiva logo após participar de uma reunião com o primeiro-ministro alemão, Olaf Schoz.

O presidente brasileiro ressaltou que a Rússia não é signatária do TPI, assim como os Estados Unidos. No entanto, Lula enfatizou que o Brasil é e, por isso, “tem responsabilidade”.

Pouco antes da declaração sobre Putin, Lula afirmou que não pode ficar sendo cobrado sobre de qual lado está cada vez que um novo conflito surge no mundo. A fala ocorreu após ser questionado por conta de declarações que soaram dúbias ou mesmo a favor da Rússia e do Hamas nos recentes conflitos contra a Ucrânia e Israel, respectivamente – e por não classificar enfaticamente o grupo como terrorista.

Lula enfatizou que a diplomacia brasileira segue o entendimento da ONU e que, se um dia, a organização passar a classificar o Hamas como grupo terrorista, a posição do país também irá mudar. Ele, no entanto, voltou a criticar a entidade por não conseguir chegar a uma solução para os conflitos, e ressaltou que pretende discutir isso enquanto ocupar a presidência rotativa do G20, como já anunciou desde a semana passada, com a ampliação e reforma do Conselho de Segurança.

Um pouco antes, Lula classificou os conflitos como “irracionalidade do ser humano”, e que estão acontecendo “porque a ONU não está cumprindo com o papel histórico para a qual foi criada”.

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