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Lula
Lula está em viagem à Alemanha para tentar avançar nas negociações para o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.| Foto: reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu, no final da manhã desta segunda (4), que pode ter dificuldades – ou mesmo não conseguir – finalizar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia por conta de resistências do presidente francês, Emmanuel Macron, e do eleito na Argentina, Javier Milei.

A declaração foi dada pouco depois de assinar uma série de acordos bilaterais com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, com quem se reuniu pela manhã após dias da viagem à Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Lula afirmou que a resistência de Macron em assinar o acordo, negociado há 23 anos, não é de agora, e que presidentes anteriores também rejeitaram por conta de “problemas políticos com produtores franceses”, se referindo a subsídios que o governo do país concede.

"Ontem [domingo, 3], quando eu me despedi do Macron, eu falei: quando você pegar o avião, que você sentar na sua cadeira, abra o seu coração, converse com a sua esposa, e aceite fazer o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Se isso não sensibilizou, eu não vou desistir do Macron", disse Lula ressaltando que vai continuar se reunindo com ele e tentando convencer até conseguir.

O presidente brasileiro diz que respeita a posição dos franceses, mas que não crava que o acordo não será assinado. Scholz embasou depois a afirmação e disse que a decisão de concretizar a parceria com o Mercosul vai depender do que o parlamento e a comissão europeia decidirem.

"Eu estou convencido de que será possível obter uma maioria os dois órgãos, tanto no conselho como no parlamento uma vez que as negociações forem concluídas. Peço a todos os envolvidos que façam uma prova de pragmatismo e que estejam dispostos a celebrar soluções de compromisso", ressaltou.

Scholz se mostrou otimista em fechar o acordo, e Lula disse que ele poderia conversar com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, e convencer Macron a aceitarem o acordo. O libertário argentino vem se mostrando resistente em assinar a parceria com os europeus.

“Depois de 23 anos, se a gente não conseguir fazer [o acordo], estaremos sendo irrazoáveis em avançar. Vou continuar trabalhando”, ressaltou Lula afirmando que, mesmo se o acordo não prosperar, as parcerias acertadas com a Alemanha não serão afetadas e ele adotará outra estratégia para comercializar com os europeus.

Críticas à ONU

Além de afirmar que espera o avanço do acordo – não antes da posse de Milei, como esperava anteriormente –, Lula voltou a criticar a Organização das Nações Unidas (ONU) por não conseguir encontrar uma solução para os dois principais conflitos em curso atualmente no mundo – Rússia contra a Ucrânia e Israel contra o Hamas – e disparou que os membros do Conselho de Segurança têm parcela de culpa.

“Os conflitos que estamos vendo é a irracionalidade do ser humano, e que tudo isso acontece porque a ONU não esta cumprindo com o papel histórico para a qual foi criada. Tem um conselho de segurança que os países deveriam zelar para manter a paz no mundo. No entanto, são esses países que mais produzem e vendem armas, e não decidem a paz”, disse Lula.

O presidente brasileiro afirmou que esta questão, entre outras, será discutida durante a presidência rotativa do Brasil no G20, que começou na última sexta (1º), para que seja criada uma nova “governança global”. Isso inclui, segundo ele, o cumprimento de decisões tomadas nas conferências do clima, como Kyoto (Japão), Paris (França) e, mais recentemente, em Dubai (Emirados Árabes), que ainda está em curso.

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