O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou nesta terça (26) a live semanal “Conversa com o Presidente”, em que apresenta um compilado das últimas ações do governo. A volta da transmissão pelas redes sociais dele e do governo – como o Canal Gov – ocorreu mesmo após o Tribunal de Contas da União (TCU) sugerir uma advertência à Secretaria de Comunicação Social (Secom) pelo potencial uso para “promoção pessoal”.
A advertência da área técnica do TCU foi sugerida à Secom após o deputado federal Luiz Philipe de Orleans e Bragança (PL-SP) protocolar uma representação alegando haver uma “estruturação da publicidade institucional direcionada à promoção” de Lula. O tribunal afirmou que, “no presente caso, havendo situações tanto de caráter informativo quanto de promoção pessoal no programa ‘Conversa com o Presidente’, conclui-se pela procedência parcial da representação”.
No entanto, na live desta terça (26), o apresentador Marcos Uchôa justificou a ausência da transmissão nas últimas duas semanas à agenda de viagens de Lula ao exterior, sem citar o parecer do TCU. O programa chegou a ser agendado na semana passada, mas foi suspenso por conta da participação do presidente na 78ª Sessão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar de ter retomado a live semanal, Lula adotou um tom mais moderado nas afirmações e críticas que vinha fazendo rotineiramente nas transmissões. Para esta edição, convidou os ministros Camilo Santana (Educação) e Nísia Trindade (Saúde) para participarem do programa comentando duas políticas governamentais que serão lançadas nesta terça (26).
Uma deles, a nova Estratégia para o Complexo Econômico-Industrial de Saúde, pretende investir R$ 42,1 bilhões entre recursos públicos e em parceria com a iniciativa privada na indústria de fármacos e vacinas, laboratórios públicos e produtos elaborados pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras). O programa também pretende modernizar a assistência hospitalar básica nos hospitais públicos e filantrópicos de equipamentos e compras.
“O SUS tem o que a gente chama de ‘poder de compra’, das compras públicas do Estado. Isso faz com que o setor público e o privado possam trabalhar juntos para esse atendimento”, disse Nísia.
Lula emendou afirmando que “nós estamos prontos para assinar o acordo comercial Mercosul - União Europeia, e tem uma coisa que eu já disse que o Brasil não abre mão que são as compras governamentais. São através delas que podemos fazer com que pequenas e médias empresas possam crescer e ficar grandes”.
Outro programa anunciado durante a live foi a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, que pretende universalizar o acesso à internet em 138,4 mil escolas públicas brasileiras até o final de 2026, utilizando rede de fibra ótica ou via satélite. A ação pretende conectar também as unidades básicas de saúde à mesma estrutura.
Camilo Santana afirma que um diagnóstico identificou cerca de 4,8 mil escolas sem nenhum tipo de conexão à internet e outras milhares com acesso limitado à rede mundial de computadores. De acordo com ele, o programa será usado para fins pedagógicos de modo a complementar o ensino dado pelos professores, sem substituir o atual modelo.
“O objetivo [do acesso] da internet é complementar o aprendizado do aluno, não é substituir o livro. É ter acesso à informação, à consulta, vídeo, ajudar na gestão escolar para ter a frequência e acompanhamento das notas dos alunos, da formação do professor”, disse o ministro.
Lula ainda cobrou do ministro a implantação de disciplinas no currículo escolar relativas às mudanças climáticas, e, ainda, o estudo de alguma política para tentar baixar os preços dos livros vendidos no país.
Ainda na live, que teve picos de 3,3 mil pessoas assistindo, Lula comentou sobre a intenção de desenvolver a indústria naval e aeronáutica brasileira com o uso de combustíveis renováveis, como o etanol, e disse que vai continuar despachando mesmo após a cirurgia no quadril que fará na sexta (29). Ele deve trabalhar no Palácio da Alvorada por, pelo menos, três semanas.
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