O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta terça (18), que a reunião que teve com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, na segunda (17), foi uma tentativa de “normalizar” a situação no país latino. O encontro ocorreu durante a viagem à Bélgica para participar da 3ª Cúpula Celac-União Europeia.
Lula teve um encontro com Delcy e o advogado Gerardi Blyde, um dos líderes da oposição no país, além da participação dos presidentes da Argentina, Colômbia e França.
Segundo o presidente, o encontro com os venezuelanos só foi possível por conta da participação na cúpula, que reúne presidentes europeus e das Américas Central e do Sul.
“Tivemos uma reunião com França, com Colômbia, com Argentina, com representante do negociador das oposições da Venezuela, com a vice-presidente, para discutir um pouco a possibilidade de ‘normalizar’ a situação. Tudo isso aconteceu dentro de um espaço em que a gente não precisa sair e ir pra lugar nenhum”, disse Lula durante a live semanal Conversa com o Presidente.
Ele, no entanto, não deu detalhes do tom da discussão e nem se alguma solução foi encontrada pelos participantes. A jornalistas que acompanham a cúpula em Bruxelas, um comissário da União Europeia afirmou que pode enviar uma missão diplomática à Venezuela, em breve, para avaliar a situação no país.
Na reunião desta segunda (17), a vice-presidente venezuelana classificou as sanções econômicas contra seu país como “bloqueio criminoso”, e pediu que as restrições sejam suspensas.
“Viemos com muita esperança de trazer a mensagem da Venezuela, a suspensão do bloqueio criminoso contra nosso país, por isso trazemos do presidente [o ditador venezuelano] Nicolás Maduro uma mensagem de paz, harmonia, cooperação, que deve ser o caminho que continua e orienta nossos países”, disse.
A reunião contou com a participação do presidente da França, Emmanuel Macron, do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e do presidente da Argentina, Alberto Fernández. A realização do encontro foi confirmada pelo Palácio do Planalto, que não deu detalhes sobre o que foi abordado entre os participantes, informou a Agência Brasil.
A Venezuela terá eleições gerais no ano que vem e a oposição no país questiona decisões de órgãos públicos que inabilitaram alguns de seus principais candidatos. No caso mais recente, a ex-deputada María Corina Machado foi condenada à perda de direitos políticos por 15 anos. Também políticos de oposição, Henrique Capriles e Freddy Superlano estão igualmente inabilitados para concorrer à presidência do país. A data das eleições em 2024 ainda não foi definida.
Reaproximação diplomática
Além das relações com a Venezuela, Lula comentou durante a live sobre a agenda que vem cumprindo na viagem à Bélgica, como a reaproximação diplomática com os países da União Europeia e da América Latina e Caribe, que classificou como “extraordinária”, e que o Brasil está se tornando “mais importante ainda” por conta da transição energética.
“O mundo está de olho na floresta amazônica”, disse ressaltando a soberania nacional sobre o bioma, mas abrindo caminho para acordos de parceria e cooperação para a exploração dos recursos da mata para produção de fármacos, cosméticos, pesquisas, entre outros.
Outros assuntos comentados por Lula na live desta terça (18) foram o lançamento do programa Desenrola, que pode limpar o nome de até 2,5 milhões de brasileiros com dívidas; o relançamento do programa Mais Médicos; a criação de comitês culturais em todas as capitais brasileiras, para desenvolver a economia criativa; entre outros.
Lula afirmou, ainda, que terá uma reunião com o presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, nesta quarta (19), durante a escala técnica que terá de fazer no país atlântico durante a viagem de volta ao Brasil.
A live desta semana, transmitida em meio aos compromissos da viagem à Bélgica, teve picos de até 4,1 mil pessoas assistindo.
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