O Ministério da Saúde não estabelecerá um calendário exato para a imunização contra o coronavírus até que as vacinas que combatem a covid-19 sejam aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O anúncio foi feito pela pasta neste domingo (13), por meio de um vídeo com um pronunciamento do secretário-executivo do Ministério, Elcio Franco. No vídeo, Franco faz também pesadas críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que recentemente divulgou que a vacinação no seu estado se iniciará em 25 de janeiro. O coronavírus já matou 181.402 pessoas no Brasil desde o início da pandemia, sendo 279 óbitos nas últimas 24 horas.
"Seria irresponsável darmos datas específicas para início da vacinação porque depende de registro em agência reguladora, posto que só saberemos da segurança completa quando finalizados os estudos clínicos da fase 3", disse Franco no vídeo. A declaração do secretário-executivo se dá no mesmo dia em que o Ministério da Saúde foi intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a apresentar as datas de seu plano nacional de vacinação, que foi tornado público na sexta-feira (11).
A "fase 3" citada por Franco é o último estágio da pesquisa do desenvolvimento de vacinas. Nesta etapa, o imunizante é aplicado em grupos maiores de voluntários e são observadas a qualidade de imunização e a continuidade de reações que poderiam ter sido observadas nas fases 1 e 2. Segundo o secretário-executivo, nenhum dos laboratórios que conduz pesquisas no Brasil com o imunizante já protocolou pedido de autorização para a utilização massiva do produto.
"Como estabelecer um calendário de vacinação sem saber se a vacina estará liberada para uso, com a certeza de sua segurança e eficácia?", questionou Franco. Em outro trecho do pronunciamento, o secretário-executivo disse que "pensando na saúde os brasileiros, o governo federal não anunciará nada de forma irresponsável" e que os testes com as vacinas até o momento não incluíram gestantes e crianças, o que impede a imunização destes grupos.
O plano anunciado pelo governo na sexta-feira foi alvo de críticas por não estabelecer as datas da imunização e também por conter a assinatura de pesquisadores que negaram ter dado seu aval ao projeto.
Ataques a Doria
Grande parte da fala de Franco foi destinada a críticas ao governador João Doria. “Segundo a Anvisa, nenhum dos laboratórios sequer iniciou o processo de autorização para uso emergencial em caráter experimental. Tudo isso contradiz o governador de São Paulo João Dória que se equivocou, talvez por desconhecimento do Marco Regulatório Sanitário Brasileiro”, afirmou o secretário-executivo. Em outro trecho do pronunciamento, ele disse que o plano de imunização de Doria é "mais um devaneio do governador de São Paulo que está sonhando acordado".
"Não será com discursos de ódio ou tendenciosos que serão encontradas soluções. O Brasil não será dividido", acrescentou. Doria e o presidente Jair Bolsonaro trocam farpas sobre o combate à covid-19 desde o início da pandemia, e a temperatura do conflito subiu mais nas últimas semanas, após o governador indicar o plano de imunização em seu estado.
O governador apoiou Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, mas é visto como adversário pelo presidente porque é um possível candidato ao Palácio do Planalto na disputa de 2022.
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