A partir do próximo dia 17 de junho, o Brasil será a sede do “Russian Seasons 2024”, um evento internacional promovido pelo presidente russo Vladimir Putin para disseminar a cultura do país pelo mundo. A atração ocorre em meio à tensão que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive com o líder ucraniano Volodymyr Zelenski, que cobra dele uma posição mais firme por conta da guerra no leste europeu.
A cerimônia de abertura do “Russian Seasons” será realizada no dia 17 de junho no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e terá com a presença da ministra da Cultura da Rússia, Olga Lyubimova. No entanto, a homóloga brasileira, Margareth Menezes, não comparecerá à cerimônia de abertura.
“A ministra agradece o convite feito pelo governo russo e seguirá cumprindo sua agenda de compromissos”, informou o Ministério da Cultura à Gazeta do Povo. Inicialmente, a ministra havia confirmado presença no evento, conforme noticiado pelo Estadão.
A reportagem questionou o Ministério da Cultura brasileiro se houve algum incentivo oficial do governo para a escolha do país como sede do evento, mas não teve resposta.
A chegada do "Russian Seasons" ao Brasil ocorre em um momento de tensão após o líder ucraniano criticar o alinhamento do Brasil com a Rússia. Apesar das críticas, o Brasil condenou oficialmente a invasão da Ucrânia na ONU, mas não se posicionou contrariamente a Putin.
Em maio, Zelenski manifestou preocupação com a possibilidade de Lula se encontrar pessoalmente com o líder russo durante a cúpula do Brics em outubro, na Rússia. Ele afirmou que tal encontro daria legitimidade a Putin, que deveria ser politicamente isolado devido às suas ações agressivas contra a Ucrânia.
“É decisão dele reunir-se com Putin ou não, mas isso seria um grande erro porque nós temos que isolar Putin politicamente. Ele precisa sentir que cometeu erros históricos ao atacar a Ucrânia e iniciar a guerra”, disse Zelenski.
O presidente ucraniano também convidou Lula para participar da Cúpula da Paz, que será realizada na Suíça em junho, organizada pela Ucrânia e seus aliados. Ele expressou esperança de que Lula aceite o convite, destacando que seria uma oportunidade para diálogo e fortalecimento das relações bilaterais – o presidente, no entanto, não confirmou presença.
Apesar das preocupações, Zelenski reconheceu uma melhoria nas relações entre Ucrânia e Brasil desde o encontro dos dois líderes na Assembleia Geral da ONU em setembro do ano passado. No entanto, ele expressou dúvidas sobre uma mudança significativa na postura do Brasil em relação à Rússia.
Zelenski argumentou que o Brasil comete um “erro estratégico” ao manter proximidade com a Rússia e sugeriu que o país poderia obter mais benefícios fortalecendo suas relações com os parceiros ocidentais, destacando a União Europeia como exemplo.
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