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Alexandre Padilha
Alexandre Padilha afirmou que Bolsonaro fazia “presidencialismo de delegação”, e não de “coalizão” como o atual.| Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por conta da diferença de articulação política com o Congresso. Ele afirmou nesta sexta (22) que Bolsonaro “abdicava” de se relacionar com os congressistas, com quem teria delegado funções que seriam de atribuição do Poder Executivo.

Segundo Padilha, o ex-presidente teria deixado o Congresso definir a pauta prioritária do país, enquanto que o atual governo direcionou as discussões para os projetos que interessam à população, principalmente os voltados à área econômica.

Para ele, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou o que chama de “presidencialismo de coalizão”, enquanto que Bolsonaro fazia um “presidencialismo de delegação”.

“O presidente anterior delegava, abdicava de fazer a agenda política. Não pensem que existe a hipótese da volta desse presidencialismo de delegação. Vamos construir juntos a agenda política que foi apresentada pelo país, com diálogo, porque é assim que se faz na democracia”, disse.

A fala ocorre em um momento de atrito entre o governo e o Congresso, que cobrou a conta por ter aprovado diversas medidas econômicas enviadas ao longo do ano para aumentar a arrecadação fiscal e tentar alcançar a meta de zerar o rombo das contas públicas em 2024.

O Congresso levou até o último dia do ano legislativo, nesta sexta (22), as discussões do Orçamento do ano que vem com a reserva de R$ 53 bilhões para o pagamento de emendas parlamentares e R$ 4,9 bilhões para o "fundão" – o fundo eleitoral para financiar a campanha de 2024.

Por outro lado, o governo saiu derrotado ao ter um corte de R$ 7 bilhões nos investimentos do Novo PAC – a principal vitrine do governo – no ano que vem. O montante previsto passou de R$ 61,3 bilhões para R$ 54 bilhões.

O corte gerou reação imediata da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que atacou os parlamentares dizendo que houve uma “usurpação das funções do Poder Executivo”. “Uma enorme distorção num país que precisa de grandes investimentos para crescer”, disse.

Por outro lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), saiu em defesa das emendas e falou que elas contam diretamente na vida dos brasileiros, com investimentos em infraestrutura mais perto da população. “[O governo] não manda no orçamento”, disparou.

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