Ministro palestino diz que Israel “mostra estupidez” ao declarar Lula como persona non grata

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O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad Al Maliki, criticou a decisão de Israel de considerar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “persona non grata” por comparar a reação do país contra os ataques do Hamas ao Holocausto nazista, há pouco mais de uma semana.

Maliki chamou a atitude de “muito estúpida” e destacou a falta de visão e maturidade política dos responsáveis pela decisão – o ministro Israel Katz. Segundo ele, o gesto revela um desrespeito ao direito internacional e denota a imaturidade dos envolvidos.

“Isso mostra estupidez, mostra falta de visão, mostra imaturidade política e falta de sabedoria. Um bando de indivíduos imaturos, que não respeitam o direito internacional”, disse em entrevista ao UOL publicada nesta terça (27).

O chanceler palestino elogiou a coragem de Lula em abordar o sofrimento humano na Palestina e afirmou que ele próprio “deveria considerar a declaração [de persona non grata] como um elogio quando vem dos israelenses”.

Al Maliki afirmou ainda que é necessário agir para evitar que fatos como o Holocausto ocorram novamente. E também ressaltou que as críticas de Israel não se limitam apenas ao Brasil, mencionando o caso do secretário-geral da ONU, António Guterres, que foi alvo de ataques similares após condenar os ataques do Hamas contra civis, mas reconhecer o contexto em que ocorreram.

O palestino concluiu destacando que Israel tem um comportamento sem limites e que os palestinos estão acostumados a lidar com episódios semelhantes, devido à ocupação israelense que dura décadas.

“Pergunte para nós. Vivemos sob a ocupação deles por 56 anos. Os conhecemos muito bem. Talvez esse seja um episódio entre Brasil e Israel, mas estamos lidando com tantos episódios todos os dias. Somos especialistas”, completou.

As tensões diplomáticas entre Brasil e Israel permanecem elevadas, com as trocas de declarações entre autoridades dos dois países refletindo a complexidade da situação na região do Oriente Médio e o posicionamento político de cada governo diante do conflito entre Israel e Palestina.