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O ministro do STF Alexandre de Moraes.
O ministro do STF Alexandre de Moraes.| Foto: Fellipe Sampaio/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse que os presos pelo 8 de janeiro queriam enforcá-lo e que reclamam da prisão “porque são de classe média” e “acham que a prisão é só para os pobres”. A declaração foi dada ao jornal O Globo e publicada nesta quinta-feira (4).

De acordo com o ministro, a investigação dos atos do 8 de janeiro teria identificado “três planos” supostamente alimentados por manifestantes que previam a sua prisão e o seu assassinato.

“O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, afirmou Moraes.

Ainda, segundo o ministro, há outro inquérito investigando a suposta participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em uma tentativa de planejamento da sua prisão.

“Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem”, disse Moraes.

Apesar de revelar os planos encontrados na investigação, Moraes disse que não precisou reforçar sua segurança pessoal e chamou os manifestantes de “extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente”.

Quando questionado sobre as críticas em relação às prisões dos manifestantes, Moraes disse que os presos pelo 8 de janeiro reclamam da prisão “porque são de classe média” e “acham que a prisão é só para os pobres”.

Para o ministro, as penas de 17 anos de prisão impostas aos acusados de “atos antidemocráticos” são justas e foram aplicadas de acordo com a legislação brasileira.

“Nunca vi alguém preso achar que a sua prisão é justa. Analiso as críticas construtivas, mas ignoro as destrutivas. Nenhum desses golpistas defende que alguém que furtou um notebook não possa ser preso. E eles, que atentaram contra a democracia, não podem? Os presos são de classe média, principalmente do interior, e acham que a prisão é só para os pobres. A Justiça tem que ser igual para todos [...] O Congresso aprovou uma legislação substituindo a Lei de Segurança Nacional exatamente para impedir qualquer tentativa de golpe. Se as penas máximas fossem aplicadas em todos os cinco crimes, pegariam mais de 50 anos, mas pegaram 17 (no máximo). Se não quisessem ser condenados, não praticassem nenhum crime”, afirmou.

Ao fazer uma avaliação dos acontecimentos do 8 de janeiro, Moraes voltou a defender a regulação das redes sociais. Segundo o ministro, “sem elas, dificilmente (os atos do 8/1) teriam ocorrido de forma tão massiva”.

O ministro também afirmou que políticos que tiverem participação comprovada nas manifestações deverão ser “alijados da vida política”, além de responderem penalmente.

“Quem não acredita na democracia não deve participar da vida política do país”, declarou.

Perguntado sobre a suposta responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas manifestações, Moraes disse que “todas  as pessoas sobre as quais a Polícia Federal encontrar indícios serão investigadas”.

O ministro ainda disse que os acampamentos em frente aos quartéis foram criminosos e que havia o risco de distúrbios no país inteiro caso os acampamentos não fossem desmontados.

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