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Protesto da oposição

Motta diz que Câmara pode punir deputados por obstrução dos trabalhos

Motta diz que Câmara pode punir deputados por obstrução dos trabalhos
Motta afirmou que avalia imagens para decidir sobre eventual punição a deputados que "se excederam" durante protesto da oposição. (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (7) que está avaliando imagens para decidir sobre uma eventual punição a deputados da oposição que obstruíram fisicamente o funcionamento dos trabalhos na Casa. A oposição ocupou a Mesa Diretora em protesto pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Estamos avaliando as imagens. Existem alguns pedidos de lideranças para punir esse ou aquele deputado que se excedeu. Estamos avaliando, é uma decisão conjunta da Mesa, para que a partir daí possamos nos manifestar, mas está sim em avaliação a possibilidade de punição a alguns parlamentares que ontem se excederam do ponto de vista a dificultar o início dos trabalhos”, disse Motta em entrevista ao portal Metrópoles.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro na noite de segunda-feira (4). A mobilização da oposição começou em seguida tanto na Câmara quanto no Senado. Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), precisaram cancelar sessões e convocaram reuniões de líderes para tentar viabilizar a saída dos parlamentares.

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Sem acordo, o deputado convocou uma sessão para quarta-feira (6), às 20h30, e ameaçou punir os deputados que continuassem a obstrução com a suspensão do mandato por seis meses. A Polícia Legislativa reforçou a segurança da Câmara, mas Motta só conseguiu chegar à cadeira da presidência mais de duas horas depois.

O deputado Zé Trovão (PL-SC) impediu a subida de Motta à mesa do plenário, fazendo uma barreira com a perna na escada de acesso, o impasse durou alguns instantes, até que o parlamentar liberou a passagem. Em seguida, o presidente da Câmara levou mais de 5 minutos para chegar à sua cadeira, mas não pode se sentar, pois o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) se recusava a sair do lugar.

Outros deputados precisaram intervir e pediram a Van Hattem que saísse da cadeira da presidência. O PT pediu a punição do deputado gaúcho ao Conselho de Ética. “Ontem eu fiz questão de reafirmar porque não cabe ao presidente usar da força física para poder garantir a normalidade dos trabalhos. Não estamos em um ringue de boxe que resolve na pancadaria as coisas. O que cabe ao presidente é usar seu instrumento regimental”, afirmou o presidente da Câmara.

“O que a Mesa tem de instrumento regimental? É usar esse mecanismo de suspensão de mandatos para dizer que quem atrapalhasse o reinício nós poderíamos usar esse instrumento”, acrescentou.

Questionado se teria se sentido humilhado pelo episódio, Motta ponderou que “diante do grau de radicalismo” a retomada dos trabalhos foi uma vitória. “Vencemos a guerra sem precisar dar um tiro, sem precisar machucar ninguém. Penso que é salutar que a ordem possa ser restabelecida, o regimento possa ser respeitado e que a obstrução possa ser feita no placar e não de forma física”, disse ao Metrópoles.

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