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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou nesta quinta (11) que tenha tentado censura a imprensa durante a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora na sessão que analisou o processo de cassação, e disse que abriu uma sindicância para investigar o tumulto. A confusão ocorreu na última terça (9) com jornalistas sendo retirados do plenário, a transmissão da TV Câmara cortada e o vídeo da sessão fora do ar no canal oficial.
Motta disse que a confusão começou quando Glauber se recusou a deixar a cadeira da presidência às 16h02, impedindo a troca prevista pela Mesa. Segundo ele, a decisão de suspender a sessão – anunciada às 17h42 – provocou automaticamente a mudança da transmissão para a Comissão de Saúde, afirmando que esse é um “procedimento técnico de praxe”.
A interrupção da TV Câmara, no entanto, ocorreu às 17h28, antes da suspensão oficial e tanto no canal de TV quanto no YouTube. Nos corredores, jornalistas e assessores foram retirados pela polícia legislativa sob a justificativa de segurança, seguindo normas internas da Casa aprovadas em 2020.
Em nota, Motta declarou lamentar os “transtornos causados aos profissionais de comunicação” e dizendo reafirmar que “não houve intenção de limitar o exercício da atividade jornalística”. Ele também afirmou que a conduta de Glauber “comprometeu o regular funcionamento dos trabalhos legislativos”, reforçando o compromisso da Câmara com transparência e liberdade de imprensa.
“Recebi jornalistas do Comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados para ouvir seus relatos e esclarecer os fatos ocorridos na terça-feira (9). Informei, ainda, da abertura de uma sindicância para investigar o que aconteceu com todo rigor necessário. A Casa reafirma seu compromisso inegociável com a liberdade de imprensa, com a transparência e com o respeito às instituições e à democracia”, afirmou em uma rede social.
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A imprensa não registrou a retirada do parlamentar, já que não estava no plenário no momento da ação.
Apenas deputados puderam gravar e divulgar vídeos da Polícia Legislativa removendo Glauber Braga, o que gerou críticas de entidades como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Associação Nacional de Jornais (ANJ), que cobraram explicações sobre o corte da transmissão e a expulsão dos repórteres.








