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Perseguição política

Oposição reage a ataques contra Eduardo Bolsonaro e o risco da apreensão de passaporte

Eduardo Bolsonaro, deputado federal. (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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Os recentes ataques de governistas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pedido de apreensão do passaporte foram criticados pelo líder da oposição, o deputado federal Zucco (PL-RS).

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“A perseguição política no Brasil atinge um novo e preocupante patamar com as acusações de conspiração contra o deputado Eduardo Bolsonaro, simplesmente por denunciar no exterior os abusos do Judiciário brasileiro”, declarou Zucco.

Ná última semana, os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ), Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Rogério Correia (PT-MG) pediram investigação criminal do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro por crime de "lesa-pátria" e de "conspiração contra o governo brasileiro com parlamentares dos Estados Unidos". Também cobram a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro.

Somente neste ano, Eduardo visitou os Estados Unidos três vezes. A primeira foi para a posse de Donald Trump (Republicanos), em janeiro, quando ficou de fora da cerimônia, junto com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Desde então, ele tem conversado com autoridades para pedir o apoio do governo norte-americano contra a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), no Brasil.

Após o pedido dos governistas, o ministro Alexandre de Moraes encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão comandado por Paulo Gonet, um pedido de análise e parecer que prevê a apreensão e retenção do passaporte de Eduardo Bolsonaro.

Para o líder da oposição, a “tentativa de silenciar vozes críticas reafirma o grave cenário de violações de direitos e perseguição política”, algo que vem sendo denunciado constantemente pela oposição.

Em uma nota à imprensa, o parlamentar ainda lembrou que parlamentares ligados ao ex-presidente Lula recorreram a instâncias internacionais para denunciar “supostas arbitrariedades contra si, sem que isso fosse tratado como crime ou conspiração”. “A seletividade com que a justiça brasileira age hoje demonstra um viés inaceitável e incompatível com os princípios democráticos”, declarou o deputado.

Zucco citou que “em 2019, o então deputado Paulo Pimenta viajou à Bélgica, com recursos da Câmara dos Deputados, para pedir apoio internacional à libertação de Lula”. Também lembrou que “em 2018, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, gravou um vídeo para a Al Jazeera pedindo o apoio do mundo árabe para pressionar a justiça brasileira.

“Além disso, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, hoje ministro do STF, afirmou publicamente que não havia um remédio eficaz no Brasil para cessar violações de direitos humanos e levou o caso de Lula a organismos internacionais. Nenhuma dessas ações foi tratada como conspiração, evidenciando a clara aplicação de pesos e medidas diferentes quando se trata de opositores ao atual governo”, declarou o deputado.

Por fim, Zucco ressaltou que é “inadmissível que parlamentares eleitos pelo povo sejam criminalizados por exercerem seu direito fundamental de denunciar abusos e buscar apoio internacional para o fortalecimento da democracia e do Estado de Direito“. “O Brasil não pode seguir nesse caminho de censura e intimidação política”, disse.

”Reafirmamos nosso compromisso com a liberdade de expressão, com a independência dos Poderes e com a necessidade urgente de restaurar o equilíbrio institucional no país. Não nos calaremos diante dessa perseguição”, completou.

“República de bananas”

Ao comentar o caso, Eduardo Bolsonaro afirmou que há “jogo combinado” entre Moraes, o PT e a PGR para impedir suas denúncias contra o ministro do STF, que, segundo ele, continua julgando casos nos quais figura como vítima. “Isso é coisa de república de bananas”, declarou. Segundo o deputado, a retenção de seu passaporte permitiria monitorar seus movimentos e facilitar uma eventual ordem de prisão.

“Os deputados do PT criam a narrativa, Moraes assume o caso sob o pretexto de ser mais um desdobramento do 8 de Janeiro e encaminha para que Paulo Gonet (PGR) aceite a investigação, disfarçando a perseguição pessoal”, afirmou ele durante entrevista ao canal “Programa 4 por 4”, no YouTube.

A ação dos governistas contra Eduardo também vem sendo apontada como uma forma de interferência para impedir que ele seja presidente da Comissão de Relações Exteriores. Ele vem sendo cotado para o colegiado, por sua boa articulação, sobretudo no que diz respeito às relações internacionais e a proximidade que possui com o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.

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