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Dezenas de parlamentares lançaram nesta quarta-feira (14) uma campanha nacional pelo pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após as novas revelações contra o magistrado.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) é um dos signatários do “super pedido de impeachment”. Ele informou que a iniciativa visa unir assinaturas de senadores, deputados, juristas e representantes da sociedade civil que são contra os “abusos” de Moraes.
“Esse pedido de impeachment transcende questões partidárias ou de governo. Não é questão de ser oposição, mas sim de defender a democracia do Brasil”, declarou o parlamentar em uma coletiva de imprensa, nesta quarta (14).
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Girão cobrou uma atitude definitiva do Senado sobre os pedidos de impeachment. Segundo ele, existem mais de 100 pedidos que nunca sequer foram analisados.
O senador também lembrou de um outro grande pedido que foi apresentado no ano de 2021, pelo comentaria político Caio Coppolla. Na época, foram reunidas mais de 5 milhões de assinaturas. O pedido chegou a ser apresentado ao presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas não houve prosseguimento na tramitação.
“Vamos iniciar a campanha hoje com os brasileiros e no dia 7 de setembro vamos recolher os apoiamentos de parlamentares, juristas e brasileiros para fechar a coleta de assinaturas. E em seguida, no dia 9/9 apresentar o pedido. Pode ser o maior pedido de impeachment que a gente já teve”, explicou o senador cearense.
Razões para o impeachment
Na peça do pedido de impeachment, os parlamentares elencam alguns motivos que justificam a apresentação do processo contra o ministro Alexandre de Moraes.
Veja quais são as razões para o impeachment de Moraes, segundo o documento lido pelo senador Eduardo Girão:
- Violações de direitos constitucionais e humanos;
- Violações ao devido processo legal e o sistema acusatório;
- Abusos de poder;
- Prevaricação na situação que desencadeou a morte de Clezão;
- Desrespeito ao Código de Processo Penal com a utilização da prisão preventiva como meio constrangimento para obtenção de delações premiadas;
- Desconsiderar pareceres do PGR no sentido da concessão da liberdade de aprisionados do dia 08/01;
- Violação das prerrogativas dos advogados;
- Não concessão de prisão domiciliar ou liberdade provisória para pessoas com problemas de saúde graves;
- Dilatação das prisões preventivas sem a apresentação da denúncia pelo MPF;
- Violação de direitos políticos de parlamentares no exercício das suas funções;
- Utilização indevida de recursos tecnológicos do TSE para embasar investigação do STF com a produção dr relatórios paralelos;
- Twitter files Brasil;
- Interpelação do Congresso norte-americano sobre as violações de direitos por parte de Alexandre de Moraes.
Perseguição judicial de Moraes
Trocas de mensagens entre servidores do STF e do TSE, obtidas pela Folha de S. Paulo, mostraram que o gabinete de Alexandre de Moraes teria ordenado informalmente à Justiça Eleitoral a produção de relatórios contra apoiadores de Bolsonaro e comentaristas de direita para embasar decisões do ministro em inquéritos em andamento na Suprema Corte.
A troca de mensagens sugere que houve supostamente adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas.
Os alvos escolhidos sofreram bloqueios de seus perfis nas redes sociais, apreensão de passaportes, intimações para depoimento à PF, entre outras medidas. Todos os pedidos para investigação e produção de relatórios eram feitos via WhatsApp, sem registros formais.
As conversas vazadas envolveram Airton Vieira, o juiz instrutor de Moraes no STF, Marco Antônio Vargas, seu juiz auxiliar na presidência no TSE, e Eduardo Tagliaferro, o chefe da AEED - o órgão era subordinado a Moraes na corte eleitoral.
As mensagens e áudios ocorreram entre agosto de 2022 e maio de 2023 e mostram perseguição aos jornalistas Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, à Revista Oeste, ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), entre outros nomes de direita.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade nas requisições dos relatórios. Moraes argumenta que o TSE, "no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas".
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