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Reforma ministerial

Pedro Lucas minimiza constrangimento por recusar ministério de Lula: sem ruído

Pedro Lucas Fernandes
Deputado chegou a ser confirmado como ministro, mas voltou atrás por não conseguir construir uma nova liderança na bancada. (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

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O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União-MA) minimizou o possível constrangimento que pode ter criado para o governo por ter recusado o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério das Comunicações (MCom) após a demissão de Juscelino Filho (União-MA) após ser denunciado pela Polícia Federal.

Fernandes chegou a ser anunciado pela ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) como novo ministro, mas não confirmou de imediato e anunciou a recusa nesta semana com a alegação de que não conseguiu construir uma liderança na bancada do União Brasil que pudesse substituí-lo.

“Não existe nenhum tipo de ruído. O presidente Lula é muito maduro [politicamente]. O vice-presidente [Geraldo] Alckmin também. Tanto é que já declarou que entendeu a nossa posição diante da bancada. O União Brasil tem uma bancada importante e plural, então a construção em torno de pautas convergentes é o mais importante para o governo”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo nesta quarta (23).

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De acordo com o deputado, Gleisi pode ter se apressado em anunciá-lo como novo ministro sem uma confirmação efetiva, mas negou que isso signifique um enfraquecimento do governo frente ao Congresso.

“Não vejo como erro, não. Mas talvez a gente devesse ter feito o exercício anterior: primeiro eu construir o nome do Juscelino na bancada e depois anunciar. Tentei até o último momento, mas houve disputa muito grande”, pontuou ressaltando que não poderia deixar a bancada “em guerra”.

Por outro lado, Pedro Lucas Fernandes confirmou que o União Brasil é rachado na relação com o governo, em que “uns 20% são contra e uns 20% votam” dependendo da pauta em discussão. Mas, ressaltou que mais da metade da bancada vota a favor.

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O deputado ainda comparou o União Brasil com o próprio PT, afirmando que mesmo no partido da esquerda também há divisões internas que precisam de diálogo.

Ele ainda minimizou o fato de que 40 dos 59 deputados do partido votaram a favor do requerimento de urgência do projeto de lei que pretende anistiar os condenados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023. De acordo com ele, essa é uma pauta que não converge em unanimidade.

“Eu pessoalmente não assinei, vale ressaltar isso, porque entendo que não é uma pauta que converge. O presidente [da Câmara] Hugo [Motta] é quem tem o poder de pautar e são os partidos de centro que darão essa solidez para ele decidir”, disse.

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Fernandes pontuou, ainda, que a continuidade do partido na base governista nas eleições de 2026 será decidida apenas no ano que vem, a depender das negociações. O União tem o governador goiano Ronaldo Caiado como pré-candidato à sucessão presidencial, mas o governo tem o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que preside o Congresso, como forte aliado.

“Somos um partido de centro, que dialoga com todas as correntes e não podemos fechar a porta para ninguém”, completou.

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