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Decisão de Toffoli

PGR recorre de decisão que anulou processos da Lava Jato contra Palocci

PGR recorre de decisão que anulou processos contra Palocci
PGR tenta reverter decisão de Toffoli que anulou todos os processos da Lava Jato contra o ex-ministro Antonio Palocci. (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/Arquivo)

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (10), um recurso contra a decisão do ministro Dias Toffoli que anulou os processos abertos contra o ex-ministro Antonio Palocci na Operação Lava Jato.

No mês passado, Toffoli estendeu ao petista o mesmo entendimento adotado na decisão que beneficiou o empresário Marcelo Odebrecht. O ministro alegou a existência de um suposto conluio entre os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR). No entanto, manteve a validade da delação premiada feita por Palocci.

Gonet afirmou que o pleito da defesa do ex-ministro “não se sustenta em vícios processuais concretos ou na ausência de justa causa, mas na pretensão de se desvincular de um acervo probatório autônomo, válido e robusto, cuja existência, em parte, foi por ele próprio reconhecida em sua colaboração premiada”.

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“Em suas declarações, descreveu operações de corrupção e lavagem de dinheiro, incluindo repasses financeiros irregulares e a troca de favores entre setores da Administração Pública e o Grupo Odebrecht”, disse o procurador-geral.

No recurso, Gonet destacou que Marcelo foi investigado na qualidade de empresário do Grupo Odebrecht enquanto Palocci foi investigado por sua atuação no desempenho das funções de deputado federal, ministro-chefe da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que Toffoli reconsidere a decisão. Caso isso não aconteça, solicita que seja afastada a declaração de nulidade dos atos processuais realizados pela Lava Jato.

“A atuação da Procuradoria-Geral da República, neste instante, não é voltada a defender os excessos ocorridos na Operação Lava Jato – os quais já foram, em grande parte, endereçados, com a anulação de sentenças eivadas de vícios”, ponderou.

Gonet reforçou que, “ainda que se alegue eventual contaminação de determinados atos instrutórios, a análise deve ocorrer respeitando o princípio da proporcionalidade”, sob pena de inviabilizar a persecução penal em casos complexos, como a corrupção e a lavagem de dinheiro.

"Cabe ao Juízo da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, em observância aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, exaurir a sua competência", frisou.

O ex-ministro petista ficou preso por dois anos por suspeitas de ter recebido propina para beneficiar a Odebrecht na contratação de seis sondas com a Petrobras. Ele foi condenado a 18 anos de prisão, mas a pena foi reduzida após a colaboração premiada. Ele relatou na delação que o presidente Lula (PT) sabia do esquema, fato refutado pelo PT à época.

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