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Sucessão de Lira: MDB e PL mantém candidaturas próprias
Arthur Lira (PP-AL) deixará a presidência da Câmara em fevereiro de 2025| Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Foi dada a largada para a eleição à presidência da Câmara dos Deputados e os partidos tentam angariar apoio para candidaturas à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) em fevereiro de 2025. Como a maior bancada na Casa, o Partido Liberal (PL) busca um nome para suceder Lira, que lidera a Câmara desde 2021, enquanto o MDB é cortejado por outros grupos, mas garante que também terá candidato próprio.

Altineu Côrtes, líder do PL, afirmou à Gazeta do Povo que a candidatura do partido para a presidência da Câmara deverá ser anunciada somente no segundo semestre e virá em resposta a especulações de que o PL estaria discutindo apoio ao candidato de Lira. O presidente da Câmara ainda não bateu o martelo sobre quem será seu indicado à sucessão, mas o nome mais cotado até agora é o do líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA).

Mas há divergências dentro do PL sobre uma candidatura própria. Embora os deputados da legenda neguem que haja um racha no partido, alguns mencionam a possibilidade de apoio ao candidato de Lira, a depender de quem o atual presidente da Câmara decidir apadrinhar.

Um parlamentar do partido, que conversou reservadamente com a reportagem, admitiu que "tudo pode acontecer nos próximos meses", quando questionado sobre uma candidatura própria do PL ou apoio ao candidato de Lira.

Outro deputado do PL disse à Gazeta do Povo que a decisão de Lira pode passar longe da indicação de Nascimento ou de Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, e também um dos principais cotados para sucessão na Câmara.

Nesse contexto, outros nomes teriam mais chance de aderência do PL e poderiam mais facilmente convencer a cúpula do partido a não apresentar candidatura própria. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR); o líder do PP, Doutor Luizinho (PP-RJ), e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) teriam perfis mais "adequados", em comparação com Nascimento e Pereira.

Segundo um dos parlamentares que falou reservadamente com a reportagem, Nascimento e Pereira começaram a falar sobre suas intenções na disputa muito antes da eleição e dificilmente teriam unanimidade no partido.

Também pesa contra Nascimento o fato de ser do União Brasil, mesmo partido do senador Davi Alcolumbre (AP), que é um dos nomes mais fortes para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado. A percepção dos parlamentares é de que não é ideal que uma legenda tenha o comando das duas casas legislativas.

MDB resiste às investidas do União Brasil por apoio a Nascimento

Enquanto isso, o MDB garante que resiste às investidas do União Brasil para abrir mão de um nome próprio e apoiar Elmar Nascimento. O líder emedebista Isnaldo Bulhões (AL) disse à reportagem que apesar de Nascimento ter buscado apoio junto à cúpula do partido, "até o momento, não há desistência do MDB em ceder na disputa". Bulhões também é um dos cotados para a sucessão.

Embora tenha apoiado a reeleição de Lira em 2023, o MDB concorreu contra ele dois anos antes, em 2021, quando o ex-deputado Rodrigo Maia (na época filiado ao Democratas) estava deixando a presidência da Câmara. O candidato era o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), mas, sem apoio, o partido perdeu e teve que recompor suas alianças na Câmara.

"O MDB sabe que precisa estar do lado vencedor se quiser alçar voos mais altos, como já fez no passado ao enfileirar diversos presidentes na Câmara e no Senado. Por isso, é natural que lancem uma pré-candidatura de seu líder para ter maior poder de negociação na disputa", avalia o diretor do Ranking dos Políticos, Juan Carlos Gonçalves.

O próprio líder do MDB afirmou que "há excelentes nomes" no partido e que é natural que o União Brasil faça movimentos em busca de apoio de outras legendas, mas as definições deverão ocorrer no segundo semestre, após as eleições municipais.

O União Brasil, por sua vez, deve continuar tentando obter apoio de outros partidos para fortalecer a candidatura de Elmar Nascimento, num cenário ainda fragmentado na Câmara dos Deputados.

Na avaliação do analista Adriano Cerqueira, do Ibmec de Belo Horizonte, o partido tentará se aproximar dos blocos que concentram o maior número de parlamentares, assim como os outros candidatos que surgirão ao longo deste ano.

Quem são os cotados para a sucessão de Arthur Lira

  • Elmar Nascimento (União-BA): O deputado é líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, amigo pessoal do atual presidente da Câmara e tido como preferido na disputa.
  • Marcos Pereira (Republicanos-SP): 1º vice-presidente da Câmara e presidente do partido. Representante da bancada evangélica, ele tem se aproximado do governo Lula em busca de apoio.
  • Antônio Britto (PSD-BA): Líder do PSD na Câmara, ele seria o candidato preferido do Planalto por ter um perfil e discurso mais moderados.
  • Isnaldo Bulhões (MDB-AL): O deputado é o líder do MDB na Câmara, e apontado como o escolhido da legenda para a sucessão de Lira, mas disputaria espaço com outro pretendente no partido.
  • Eunício Oliveira (MDB-CE): Parlamentar de muitos mandatos, Oliveira já manifestou o desejo de concorrer à presidência da Câmara, embora alguns pares digam que tem poucas chances de ser o nome do MDB.
  • Dr. Luizinho (PP- RJ): Dr. Luizinho assumiu a liderança do PP na Câmara e desponta como um nome de maior aceitação entre outros partidos, numa eventual disputa para a presidência.
  • Aguinaldo Ribeiro (PP-PB): O deputado também é próximo de Arthur Lira e tem bom trânsito no governo, especialmente depois de relatar a reforma tributária.
  • Pedro Lupion (PP-PR): Lupion é o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne cerca de 300 parlamentares, e é citado por colegas como uma opção para sucessão de Lira. Particularmente, já disse à Gazeta do Povo que não é candidato à presidência da Câmara.
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