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Coronel Naime
Coronel Jorge Eduardo Naime durante sessão da CPMI dos atos do 8 de janeiro| Foto: Reprodução/Youtube/TV Senado

O comando-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) afastou o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto de suas funções e suspendeu o pagamento das gratificações do militar. A medida foi publicada no Diário Oficial do DF, na semana passada, em cumprimento a uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a decisão do Supremo, o coronel será mantido afastado enquanto perdurar o inquérito que apura suposta omissão em relação aos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro.

Procurado pela Gazeta do Povo, o comando-geral da PMDF confirmou que o coronel seguirá recebendo o salário, sem as gratificações, até uma decisão definitiva da Justiça sobre sua atuação no dia dos protestos.

O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), já está preso há quase sete meses por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Mesmo de férias na data dos protestos, coronel Naime deixou sua residência para ajudar a conter os manifestantes. Durante a ação policial, o militar chegou a ser ferido com o disparo de um rojão.

Procurada pela Gazeta do Povo para comentar as medidas judiciais tomadas contra o militar, a esposa do coronel, Mariana Adôrno Naime, disse que seu marido é vítima de perseguição.

“Aos coronéis que estavam na ativa, que planejaram e coordenaram a ação policial do dia 8, foram dados o benefício e o privilégio de irem para os batalhões. E ao meu marido, que estava de férias e já está preso há sete meses, deram a ele mais uma punição injusta e o levaram para o Complexo Penitenciário da Papuda. Por que tanta perseguição contra ele?”, disse a esposa do militar.

Mariana Naime disse ainda que o coronel não foi avisado com antecedência do risco de invasão no dia 8, porém, depois de comunicado dos atos por volta das 16 horas, se dirigiu ao local dos protestos e teria sido responsável por controlar a situação.

“Ele está sendo o mais injustiçado. As pessoas estão querendo envolvê-lo para dizer que ele também tem culpa, mas as pessoas não estão percebendo que ele não estava trabalhando naquela semana, que ele nem sequer estava sabendo da manifestação. Muita gente está enganada”, completou Mariana Naime.

Mês passado, seis meses depois da prisão do coronel Naime, a Polícia Federal (PF) prendeu o atual Comandante da PMDF, Klepter Rosa, e o ex-comandante da PMDF, coronel Fabio Augusto Vieira. Ambos acusados de omissão.

Na semana passada, ao divulgar uma carta na qual se despede da presidência da Associação dos Oficiais da PMDF, coronel Naime disse que “narrativas tentam encobrir verdadeiros responsáveis pelo 8 de janeiro”.

O militar já teve quatro pedidos de soltura negados pelo ministro Alexandre de Moraes.

Desde a prisão, o coronel não vê nenhum dos cinco filhos menores de idade. Um deles tem hidrocefalia e Síndrome de Chiari.

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