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O líder indígena e pastor José Acácio Serere Xavante gravou um vídeo da sede da Polícia Federal pedindo o fim dos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.
O líder indígena e pastor José Acácio Serere Xavante gravou um vídeo da sede da Polícia Federal pedindo o fim dos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.| Foto: Reprodução/Youtube

O líder indígena e pastor José Acácio Serere Xavante gravou um vídeo da sede da Polícia Federal (PF) na noite de segunda-feira (12) pedindo o fim dos confrontos entre manifestantes e forças de segurança em Brasília. No início da gravação, o líder Xavante fala algumas palavras em sua língua nativa. Em seguida, em português, Serere afirma que está bem, em paz e pede o fim dos conflitos na capital federal.

“Meus amigos irmãos, povo brasileiro. Caciques e líderes. Estou bem, graças a Deus. Estou em paz. Eu quero pedir, como eu tenho amado os senhores aí, se os senhores me amam também, me consideram. Servos do senhor. Eu quero pedir que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial. Venha viver em paz e não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, ataques à sede da Polícia Federal”, diz o cacique, em referência as manifestações que aconteceram logo após sua prisão.

“Nós sabemos que somos povo santo, povo de bem, que não compactua com o derramamento de sangue, com briga, com conflito. A nossa luta não é contra as pessoas humanas, é contra as potestades espirituais. Deus abençoe a todos, em nome de Jesus. É uma ordem”, diz o indígena na gravação.

O cacique Serere Xavante também é pastor, atualmente filiado ao Patriotas e já foi candidato a prefeito de Campinápolis (MT) em 2020, mas não conseguiu se eleger, ficando em terceiro lugar com 9,70% dos votos válidos.

Manifestações após prisão

Na noite de segunda-feira (12) manifestantes depredaram e queimaram carros estacionados próximos ao prédio da Diretoria-Geral da Polícia Federal, em Brasília. Além disso, o grupo atirou pedras e paus na sede da corporação. Pelo menos dois ônibus foram incendiados, outros focos de incêndio também foram registrados. O tumulto começou após a prisão temporária de José Acácio Serere Xavante que participava de manifestações em Brasília, após ordem do ministro Alexandre de Moraes, que acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em nota, a Polícia Federal afirmou que Xavante estava detido na sede da corporação e acompanhado do advogado. "O preso encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido", diz a PF, citando ainda que os atos de vandalismo próximo ao prédio estavam sendo contidos. "Distúrbios verificados nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)."

Ameaça a Lula e a ministros do STF

Ao pedir a prisão temporária, a PGR argumentou que Serere Xavante “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso”, segundo informações do STF.

Moraes ressaltou que as condutas do investigado se revestem de agudo grau de gravidade e revelam os riscos decorrentes da sua manutenção em liberdade, uma vez que Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos. “A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, afirmou o ministro.

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