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Prisão de Carla Zambelli

Processo de extradição de Carla Zambelli deve ser concluído neste semestre, diz embaixador

Carla Zambelli
Embaixador do Brasil na Itália diz que há sentimento de "processo curto" no andamento do processo da deputada. (Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados)

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O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, afirmou nesta sexta (1º) que o processo de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), deve ser concluído ainda neste segundo semestre. A parlamentar foi presa na última terça (29) em um apartamento em Roma e teve a prisão preventiva mantida mais cedo, durante a audiência de custódia.

A Justiça brasileira pediu a extradição pouco depois de Carla Zambelli anunciar nas redes sociais que havia saído do Brasil para os Estados Unidos e que, na sequência, iria para a Itália com a alegação de que não poderia ser presa no país europeu por ter dupla cidadania.

“Com todas as autoridades italianas com as quais eu converso, [há] esse sentimento da necessidade de um processo curto, mantendo sempre o direito de defesa da condenada. Mas, um processo que não demore muitos meses”, afirmou o embaixador à GloboNews.

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Renato Mosca pontuou que a prisão de Carla Zambelli ocorreu de forma “bastante célere” entre a data de expedição do mandado de prisão e o cumprimento, de apenas 55 dias. Ele ainda negou que a parlamentar tenha se entregado à polícia, como a defesa dela chegou a afirmar.

O embaixador afirmou, ainda, que o andamento do processo de extradição poderá, ao final, passar pelo governo italiano para ser permitido ou negado politicamente. A repercussão da prisão de Zambelli na Itália, no entanto, é de uma “avalanche”, diz.

“Nós temos acompanhado uma avalanche verdadeira de matérias que são publicadas e veiculadas todos os dias na imprensa italiana, e nós temos informado o Itamaraty da enorme repercussão”, pontuou.

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Mosca afirmou que a possibilidade de que o processo de extradição de Carla Zambelli ocorra com rapidez se dá por conta da “cooperação jurídica, judicial e policial” entre o Brasil e a Itália, e que o caso dela é diferente do que ocorreu com ativista de esquerda Cesare Battisti em 2010.

Na época, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha considerado ilegal o pedido de refúgio feito pelo italiano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – no último dia de seu segundo mandato – não permitiu a extradição. Seis meses depois, ele foi libertado da prisão e capturado em 2018 na Bolívia.

“[Este caso] está superado na Itália, as autoridades italianas entenderam perfeitamente que a decisão do presidente Lula acabou sendo equivocada por uma assessoria que passou a ele um entendimento que não correspondia à realidade. Ao voltar à Itália, [Battisti] confessou seus crimes e isso deu o entendimento ao presidente de que ele, de fato, era um criminoso comum e o presidente chegou a se retratar com o presidente [italiano] Sergio Matarella”, completou.

Cesare Battisti havia sido condenado a 12 anos de prisão por participar de um grupo armado e cometer quatro homicídios. Ele conseguiu fugir para o Brasil utilizando documentos falsos até ser preso no Rio de Janeiro em 2007.

Já no caso de Carla Zambelli, a defesa tenta evitar a extradição argumentando que há uma “grave anomalia” no processo contra ela. Isso porque, segundo o advogado Pieremilio Sammarco, a vítima do suposto crime “é a mesma pessoa que fez a sentença, que decidiu pela execução da sentença e que decidiu o apelo”, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes.

Os advogados da deputada também desejam solicitar asilo político ao governo da Itália. Esse pedido é analisado pelo Ministério da Justiça italiano e encaminhado a um tribunal competente. Contudo, a decisão final sobre extraditar ou não cabe ao governo italiano, chefiado pela primeira-ministra de direita Georgia Meloni.

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