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A operação da PF que mirou a filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, aconteceu um dia depois da “superlive” transmitida pela família
A operação da PF que mirou a filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, aconteceu um dia depois da “superlive” transmitida pela família| Foto: Reprodução/YouTube/Eduardo Bolsonaro

Nesta segunda-feira (29), após a deflagração da operação da Polícia Federal (PF) que teve o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) como alvo, membros do PT, PSOL e outros políticos rivais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilharam duas notícias falsas divulgadas por um veículo de imprensa.

O filho do ex-presidente foi alvo da operação por suspeita de ter recebido dados coletados ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Um dos locais das buscas foi o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde foram apreendidos um computador e documentos.

A operação cumpriu, ainda, mandados em Angra dos Reis (RJ), onde a família Bolsonaro tem residência. O ex-presidente e familiares estavam passeando de barco pela manhã e voltaram à residência por volta das 11h30 para acompanhar o cumprimento dos mandados.

Ao noticiar o caso, a âncora do programa Conexão GloboNews, Daniela Lima, disse ter confirmado com uma fonte anônima da PF que teria sido apreendido um computador da Abin em poder de Carlos Bolsonaro.

Algumas horas depois de fazer diversas ilações contra o vereador pela suposta posse do equipamento, Daniela Lima reconheceu que a informação não foi confirmada oficialmente pela PF.

Na verdade, o equipamento da Abin teria sido apreendido na casa de um militar na Bahia e não com o vereador. O militar é casado com uma servidora da Abin e não têm vínculos com Carlos Bolsonaro.

Apesar de a informação ter sido desmentida no fim da manhã desta sexta-feira (29), a manchete publicada por Daniela em seu blog no G1, mesmo depois de alterada, permaneceu sugerindo, sem provas, uma ligação entre o equipamento apreendido e o vereador Carlos Bolsonaro. O reconhecimento do "erro" só veio por parte da emissora no fim da tarde.

A âncora da GloboNews também disse que o ex-presidente e os filhos deixaram o local de barco depois que a PF chegou. Logo depois de fazer a afirmação ao vivo, a jornalista pede para exibir imagens do local que mostram os agentes da PF saindo da casa da família com o ex-presidente e o vereador acompanhando a operação.

De acordo com o advogado e amigo da família, Fabio Wajngarten, o ex-presidente, seus filhos e amigos saíram para pescar às 5 horas da manhã, portanto, bem antes do início da operação da PF. A primeira versão apresentada pela jornalista, no entanto, tem alimentado a militância esquerdista nas redes sociais.

Conhecido por defender o uso de fake news contra o ex-presidente, o deputado André Janones (Avante-MG) compartilhou a versão da GloboNews em suas redes sociais e sugeriu que a família teria deixado a casa com a chegada da PF para “descartar” supostas evidências no mar.

“A Polícia Federal acabou de apreender um computador da Abin com Carlos Bolsonaro. Vai dar um trabalho danado pro cabeça de caixote explicar essa em? Estamos assistindo ao vivo a queda da famílicia [...] A família Bolsonaro sai de barco quando a Polícia Federal chega na casa que eles estavam em Angra e depois retorna. A pergunta que fica é: o que eles foram descartar no mar?”, escreveu Janones na rede social X.

A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, também compartilhou a fake news sobre o computador da Abin e acusou a família Bolsonaro de “atacar e vigiar adversários”.

O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), publicou as versões apresentadas pela GloboNews e propôs uma “limpeza” na política brasileira. Boulos também prometeu que fará sua parte nesse processo de "limpeza", em São Paulo, caso seja eleito prefeito.

Ao compartilhar as mesmas notícias, a página oficial do PT na rede social X acusou a família Bolsonaro de espionar adversários políticos.

Já o PSOL, também por meio de sua página oficial nas redes sociais, acusou o vereador Carlos Bolsonaro de comandar um suposto esquema de espionagem. O partido endossou as versões sobre a apreensão do equipamento da Abin e sobre a fuga da família.

Reação

Ao reagir à reportagem da GloboNews, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que a apresentadora Daniela Lima é “desonesta” e não tem “qualquer compromisso com a verdade ou com o dever ético de um jornalista sério em informar sua audiência”.

“Fake news na GloboNews! Diferentemente do que foi dito pela jornalista que mente para desinformar, não foi encontrado qualquer computador da Abin com Carlos Bolsonaro. Na verdade, o equipamento estava em posse de um militar casado com uma servidora da Abin. Vale constar também que ele não é e nunca foi assessor do Carlos. Tem método. Tudo pela manipulação do debate público”, escreveu a deputada e jornalista Júlia Zanatta (PL-SC), na rede social X.

“A fuga dos que não fugiram; a apreensão de laptop da Abin com Carlos que não estava com Carlos nem era da Abin; a Abin paralela que não existe e é investigada pela PF paralela de Lula; a democracia sendo destruída por quem diz defendê-la. Não vamos desistir do Brasil”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

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