Com a eleição para a presidência do Senado indefinida, cada um dos 81 votos possíveis é importante. Para conquistá-los, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que disputa a reeleição, e o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), têm tido apoio de suas respectivas "tropas de choque" para organizar as campanhas e pedir votos.
A força-tarefa dos dois candidatos conta com coordenadores e apoiadores do entorno mais próximo que ajudam a convencer indecisos e a consolidar votos, bem como organizar a contagem e recontagem de promessas de votos. Também há senadores que auxiliam no trabalho corpo a corpo em viagens pelo país.
No caso de Pacheco, sua campanha tem o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) como coordenador-geral, assim como foi na eleição da Mesa Diretora de 2021. O parlamentar assumiu as principais responsabilidades, como a interlocução com parlamentares de partidos de centro, a exemplo do próprio União, do Podemos e do PSDB, além de acordos sobre a distribuição de espaços na Mesa Diretora e em comissões permanentes.
Além de Alcolumbre, também auxiliam no processo de coordenação e articulação da campanha de Pacheco os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).
Já a campanha de Marinho não conta com uma espécie de coordenador-geral. O próprio Marinho assumiu boa parte das articulações e tem conduzido uma extensa agenda de viagens desde o início do ano. Porém, as articulações também diluem principalmente entre os senadores Carlos Portinho (PL-RJ), Eduardo Gomes (PL-TO) e Wellington Fagundes (PL-MT). Outros senadores também atuam no processo de coordenação e articulação, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS).
Líderes e presidentes de partidos também apoiam Pacheco e Marinho
Além dos coordenadores, os candidatos também contam com o apoio de presidentes, líderes e vice-líderes partidários, que atuam como conselheiros e até cabos eleitorais. Em reunião na segunda-feira (16) para fazer um balanço sobre as articulações de Marinho, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse em vídeo publicado que os senadores Wellington Fagundes e Carlos Portinho tinham suas "funções".
Portinho explica que são funções de articulação. "Os senadores se dividem nas articulações com senadores dos seus estados e outros mais próximos", afirma. Até mesmo o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), também tem suas atribuições. "A composição da eleição da Câmara importa ao Senado para o atendimento dos partidos de nossa base que está sendo formada para essa eleição", diz o partamentar.
Ex-líder do governo ao fim do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Portinho também enaltece a atuação dos senadores Flávio Bolsonaro e Eduardo Gomes. "A gente conversa sempre sobre os avanços que ocorrem", afirma.
Portinho destaca, ainda, a atuação de Tereza Cristina e do líder e presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI). "Desde o primeiro dia a Tereza tem participado de todas as reuniões, assim como o Ciro", diz. Do partido, o senador Luiz Carlos Heinze (RS) foi outro a assumir uma missão de cabo eleitoral.
Portinho também teve reuniões com o líder e com o presidente nacional do Republicanos, senador Messias de Jesus (RR) e o deputado federal Marcos Pereira (SP), respectivamente. "Há um trabalho compartilhado entre presidentes dos três partidos de base e suas lideranças, até porque é importante estar sempre em contato com todos os senadores", destaca.
A mesma força-tarefa acontece na campanha de Pacheco. Além dos coordenadores, ele também tem tido apoio e conselho de presidentes partidários, como o do próprio PSD, Gilberto Kassab, e de líderes no Senado, como os do MDB, Eduardo Braga (AM); do PDT, Weverton Rocha (MA); do União Brasil, Davi Alcolumbre; do Rede, Randolfe Rodrigues; e do PT, Fabiano Contarato (ES).
Primeiro vice-presidente do Senado, o senador Veneziano Vital do Rêgo evita definir seu papel na coordenação, mas assume que tem sido atuante pela campanha a pedido do próprio Pacheco. "Sou um modesto colaborador da campanha dele, que pediu aos nossos e nossas companheiras com os mais claros fundamentos de que eu me permito expor. Tenho pedido e peço votos com a consciência plena de estar pedindo por um quadro que se mostrou altamente competente à frente dos seus desafios", comenta.
A tropa de choque de Rodrigo Pacheco
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)
Ex-presidente do Senado e atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), está no primeiro mandato. Foi deputado federal por três mandatos e vereador em Macapá em um mandato. É de uma família cujo patrimônio se estendeu por várias áreas no Amapá, inclusive na comunicação, sendo proprietária de retransmissoras da Bandeirantes e do SBT no estado.
Na campanha, é quem dá concentra as principais articulações com o aval de Pacheco, ainda que a contragosto de alguns senadores. Encaminhou acordos e a distribuição de postos na Mesa Diretora e para as comissões permanentes, como sua recondução para a CCJ.
Jaques Wagner (PT-BA)
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner foi governador da Bahia por dois mandatos, ministro da Defesa, da Casa Civil e da Secretaria de Relações Institucionais nas gestões petistas. Também foi deputado federal por três mandatos. Na campanha, Wagner tem pedido votos a senadores de diferentes bancadas e também é quem assumiu a interlocução a respeito de acordos costurados entre senadores e o governo federal.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues está no seu segundo mandato como senador. Antes, foi deputado estadual por dois mandatos. Foi professor universitário, historiador e é bacharel em Direito, com mestrado em políticas públicas. Posicionou-se a favor da reeleição de Pacheco logo após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atua junto a senadores da base petista para consolidar votos nas bancadas partidárias.
Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
Primeiro vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo foi prefeito de Campina Grande (PB) por dois mandatos consecutivos, deputado federal e está no primeiro mandato no Senado. É advogado e filho do ex-deputado federal Vital do Rêgo e da senadora Nilda Gondim (MDB-PB).
Pela campanha de Pacheco, o senador auxilia nas articulações no centro político e em seu partido. "O MDB vota em Rodrigo. Os nossos dez votos eu acho que não tem dúvida quanto a isso, é o propósito da gente estar com o grupo todo fechado e todo unido em torno da postulação dele", diz. "Fora do MDB, evidentemente que somos aqui um corpo no qual nos relacionamentos muito bem, damos a condição como também reciprocamente dou de falar, ouvir, e de pleitear por um companheiro", complementa.
A tropa de choque de Rogério Marinho
Carlos Portinho (PL-RJ)
Ex-líder do governo no Senado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos Portinho está no primeiro mandato. Era suplente do senador Arolde de Oliveira, falecido em 2020. É professor e advogado nas áreas de Direito esportivo, tributário e público. "Fazemos um trabalho a várias mãos por um Senado que precisa ser mais eficiente no trabalho de suas comissões, que engavete menos e debata mais", destaca Portinho.
Eduardo Gomes (PL-TO)
Ex-líder do governo no Congresso na gestão Bolsonaro, Eduardo Gomes está no primeiro mandato no Senado. Antes, foi deputado federal por três mandatos e vereador em Palmas em dois mandatos. Tem atuado para assegurar votos em seu estado, em sua região e entre senadores mais próximos.
Wellington Fagundes (PL-MT)
Líder do bloco parlamentar que congregou PL e PTB na última legislatura, Wellington Fagundes está no segundo mandato. Antes, foi deputado federal por seis mandatos. É formado em medicina veterinária e tem atuado para consolidar votos em seu estado, em sua região e junto a aliados mais próximos.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Líder do PL no Senado, Flávio Bolsonaro está no primeiro mandato como senador. Foi deputado estadual pelo Rio de Janeiro em quatro mandatos. Filho mais velho do ex-presidente, tem formação em Direito e, mesmo dos Estados Unidos, tem tido conversas e reuniões com o núcleo da campanha e senadores próximos.
Tereza Cristina (PP-MS)
Empresária agrônoma, Tereza Cristina foi eleita em 2022 para seu primeiro mandato no Senado. Cumpriu um mandato como deputada federal em 2014 e foi reeleita em 2018, mas exerceu a maior parte de seu mandato como ministra da Agricultura de Bolsonaro.
A senadora eleita tem atuado próxima de Marinho e articulado não apenas junto a senadores de seu estado e da região. Ela também conversa com senadores indecisos, mas dispostos a ouvir as propostas do candidato do PL e do grupo que o apoia.
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