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Marco Aurélio Cepik
Novo diretor-adjunto da Abin substitui delegado da PF citado em investigação sobre suposto esquema de espionagem de autoridades.| Foto: Abin

O novo “número 2” da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Marco Aurélio Cepik, foi oficialmente nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite de terça (30) em substituição a Alessandro Moretti, citado pela Polícia Federal em uma investigação que apura um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades.

Cepik já fazia parte dos quadros da agência e agora passa a atuar como diretor-adjunto, subordinado ao diretor-geral Luiz Fernando Corrêa – homem de confiança de Lula que está balançando no cargo após a exoneração de seu “ex-número-2”.

Marco Aurélio Cepik foi um dos autores da proposta ao grupo de transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para Lula, no final de 2022, para retirar a Abin do guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Casa Civil da Presidência, que efetivamente ocorreu em março de 2023 após os ataques de 8 de janeiro. Na época, foi apontado que houve um “apagão” da inteligência, o que levantou suspeitas dentro da agência.

A proposta de Cepik também destacou a importância de preservar a “isenção” das funções da Abin, sugerindo que órgãos de supervisão como o GSI, a Controladoria-Geral da União (CGU), a Casa Civil e o TCU ficassem fora do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin).

O documento ressaltou a necessidade de um controle externo mais efetivo para aumentar a legitimidade das funções da agência, por meio da fiscalização da conformidade legal, integridade e gestão das contas públicas.

Em relação aos atos de 8 de janeiro de 2023, Cepik argumentou que não houve “falha de inteligência” da Abin no sentido tático, destacando que alertas antecipados sobre riscos de eventos violentos foram emitidos pelos órgãos responsáveis. A transição na diretoria-adjunta não afetou o diretor atual, Luiz Fernando Corrêa, sendo mais a substituição de Alessandro Moretti.

Luiz Fernando Corrêa, ex-diretor-geral da Polícia Federal no segundo governo Lula, enfrentou pressões por sua escolha de trazer para a Abin um colaborador que também havia atuado na gestão de Bolsonaro. O presidente expressou desconforto com essa escolha em uma entrevista recente.

A nomeação de Cepik, no entanto, sugere que Corrêa foi consultado para a substituição de Moretti, já que ambos compartilham origens gaúchas e fazem parte do mesmo grupo de profissionais ligados ao ex-ministro da Justiça Tarso Genro, do governo Lula. A gestão de Cepik na Escola de Inteligência é reconhecida positivamente na Abin.

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