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“Santo de bordel” x “repugnante”

Racha do PT no Rio pode contaminar sigla nacional e escalar crise no governo Lula

Vice-presidente do PT, Washington Quaquá e Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do governo Lula (PT). (Foto: Zeca Ribeiro e Billy Boss/Câmara dos Deputados)

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O embate entre a ministra da Igualdade Racial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Anielle Franco, e o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, prefeito de Maricá (RJ), vem ganhando novos capítulos após as trocas de acusações, denúncias mútuas e pedidos de investigação no Conselho de Ética do partido. A disputa já escalou para o Tribunal de Contas da União (TCU).

Para especialistas, a briga, que já parece extrapolar a disputa no Rio de Janeiro – ambos são do estado – pode avançar e afetar em cheio o governo Lula, que enfrenta sua pior crise de popularidade, e o cenário eleitoral de 2026. Quaquá, ligado a um PT mais “raiz”, sindicalista e voltado a uma linha mais marxista com décadas no partido, tem defendido publicamente e articulado o nome do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), como vice de Lula na disputa à reeleição no ano que vem.

Quaquá acredita que essa aliança fortaleceria a candidatura petista ao atrair o PSD e o MDB com o objetivo de isolar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, mas a ideia enfrenta desafios, como a disposição do líder do PSD, Gilberto Kassab, em apoiar Lula, além da estratégia do MDB, que pode optar pela neutralidade no primeiro turno.

Paralelamente às articulações para o próximo ano, Quaquá intensifica seu embate com uma potencial rival interna. A ministra Anielle Franco é ligada a uma ala do Psol. Ela é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio em março de 2018, e possui uma ligação muito próxima com a primeira-dama, Janja da Silva.

“Tudo o que o governo não precisa é de um racha interno que mostra que está escalando. Não se trata de apenas dois filiados, estamos falando do vice-presidente nacional do PT e de uma ministra de Estado. A inércia do partido em resolver logo a situação pode trazer consequências graves ao PT e ao governo”, alerta a especialista em gerenciamento de crises na administração pública Clarissa Andrade. Ela analisa que o foco pode estar em uma disputa para o estado em 2026.

Quaquá e Anielle Franco vêm se envolvendo em embates públicos desde que o vice-presidente do PT publicou uma foto com familiares de Domingos e Chiquinho Brazão em janeiro, apontados como mandantes do assassinato de Marielle Franco, irmã da ministra, e seu motorista Anderson Gomes.

Na ocasião da publicação da foto, a ministra pediu que Quaquá não mencionasse o nome de sua irmã e considerou “inadmissível” e repugnante o uso do caso sem responsabilidade.

Em fevereiro a novela teve novos capítulos. Quaquá disse que “na esquerda e na direita essa gente virou santo de bordel” e que “isso tem tirado a credibilidade da política”, ao anunciar que entraria com pedido de investigação à Comissão de Ética para mostrar ao PT todos os indícios que já possuía contra Anielle Franco.

Ele se referia a uma suposta indicação feita pela ministra de um funcionário fantasma no município de Maricá na gestão anterior a dele, a qual se encerrou em 31 de dezembro do ano passado. Anielle tem negado os fatos. Ela vem afirmando publicamente que está sofrendo perseguição política e que não vai “tolerar a tentativa de desinformação ou de notícias falsas”.

“Se a situação escalar, não são apenas os dois afetados, o partido e o governo sofrem o impacto e o cenário mostra a falta de destreza em administrar a crise internamente”, destaca a especialista.

Na semana retrasada, o presidente do PT na cidade do Rio de Janeiro, Tiago Santana, saiu em defesa da ministra - contra Quaquá - em um evidente racha interno do partido. O PT, no entanto, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso e o carnaval não teria sido suficiente para abafar o embate. Em uma nota de repúdio contra Quaquá, Santana disse que a tentativa de tirar credibilidade de Anielle Franco “com calúnias diz mais sobre quem a ataca do que sobre ela”.

“É inadmissível que, dentro do nosso próprio partido, uma mulher negra em posição de poder seja alvo de intimidação e desqualificação. Essa postura ultrapassa o debate político e reforça as estruturas de opressão que combatemos diariamente. Não podemos permitir que ataques assim sejam naturalizados", afirma a nota de Santana.

Enquanto isso, Quaquá segue defendendo que Anielle tem usado a morte da irmã de forma política e para se promover.

Para o cientista político Gustavo Alvos, o avanço dos desentendimentos fragiliza o partido, que já tem enfrentado ao longo dos anos uma séria derrocada. “O PT vem perdendo espaço, as denúncias se evidenciam em um momento em que a aprovação do governo Lula é a pior da história e me parece que o PT não tem conseguido resolver isso internamente, sem extrapolar os limites de um novo potencial escândalo para o governo", salienta.

O especialista lembra que entre os exemplos esteve o evento dos 45 anos do partido no Rio de Janeiro celebrado nos dias 21 e 22 de fevereiro, que contou inclusive com a presença de Lula. "Não me parece que houve esforço para tentar resolver o estresse que escala à cena política, pois se trata do vice-presidente nacional da sigla e de uma ministra do governo".

Incendiando o debate, Quaquá vem se manifestando em defesa da inocência dos irmãos Brazão quanto à morte da vereadora Marielle Franco e diz considerar as acusações contra eles “infundadas e sem provas”.

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Suposto funcionário fantasma e contratações de pessoas próximas de Anielle para consultoria ao ministério

A denúncia de Quaquá sobre o suposto funcionário fantasma indicado supostamente por Anielle Franco é Alex da Mata Barros, que ocupou uma posição na autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar) de junho de 2021 e lá permaneceu até janeiro de 2025. A Gazeta do Povo não conseguiu contato com a defesa dele. Segundo Quaquá, Barros teria atuado simultaneamente como consultor do Ministério da Igualdade Racial, comandando por Anielle Franco.

O ministério tem afirmado que a vaga de consultor foi oferecida pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (Banco CAF) e que Anielle Franco não fez indicações para a prefeitura ou para o projeto mencionado. A pasta destacou que o processo seletivo foi conduzido com critérios técnicos e transparência, com análise de currículos e experiência profissional deste e de outros candidatos.

Isso porque, outras denúncias vieram à tona nos dias seguintes e dizem respeito ao mesmo processo seletivo para a contratação de consultores do projeto voltado ao fortalecimento das secretarias do Ministério da Igualdade Racial e financiado pelo Banco CAF. A informação inicial foi divulgada pelo site Antagonista e depois pelo jornal Folha de S. Paulo.

O oferecimento e preenchimento das vagas foram confirmadas pela Gazeta do Povo. Parte dos selecionados tem vínculos pessoais e profissionais com Anielle Franco. Entre os contratados estão sua madrinha de casamento, uma amiga e uma ex-coordenadora do Instituto Marielle Franco.

O projeto em questão se chama "Gente Negra Reconstrução e Desenvolvimento", e é fruto de um convênio de cooperação técnica entre o Ministério da Igualdade Racial e o Banco CAF. A Gazeta do Povo procurou o banco, que não respondeu ao pedido de entrevista.

O projeto em acordo de cooperação técnica tinha orçamento de US$ 300 mil, mais de R$ 1,7 milhão na cotação atual. Nesse projeto, foram disponibilizadas seis vagas, sendo uma para coordenador e cinco para consultorias temáticas, todas financiadas pelo CAF.

“Pode não haver irregularidades nas contratações, nas indicações, nem favorecimentos, mas necessita de esclarecimentos sobre os processos. Na administração pública existe a impessoalidade, a  isonomia e a transparência, que no mínimo sejam esclarecidos estes fatos às contratações”, afirma a gestora de crises Clarissa Andrade.

A vaga de coordenador oferecida na parceria entre o ministério comandando por Anielle Franco e o Banco CAF, cuja remuneração prevista era de US$ 66 mil (cerca de R$ 342 mil) para um período de 12 meses, foi ocupada em maio de 2024 pela jornalista e professora Bianca Santana. Bianca foi madrinha do casamento de Anielle Franco, em cerimônia em julho do mesmo ano. A Gazeta do Povo tentou contato com a jornalista pelas suas redes sociais, mas até a publicação da reportagem não obteve retorno.

Bianca Santana, que não respondeu ao pedido de entrevista feito pela Gazeta do Povo, disse à Folha de S. Paulo que foi selecionada por meio de edital público e ressaltou sua experiência como consultora desde 2007, afirmando que "nem amizade nem o fato de ter sido madrinha de casamento configuram grau de parentesco que impediria a participação no processo seletivo".

Entre os consultores contratados, aparece ainda o nome da sanitarista Fabiana Pinto Fernandes, admitida para atuar na área de combate à fome e pobreza com equidade racial e de gênero, com remuneração de US$ 44.928 (aproximadamente R$ 256,5 mil) por um período de dez meses. Fabiana atuou de 2022 a 2024 como coordenadora de Incidência e Pesquisa no Instituto Marielle Franco, fundado por Anielle. Nas redes sociais, ela fez publicações se referindo à ministra como amiga e aparece em diversas fotos ao seu lado. A reportagem não conseguiu contato com Fabiana.

Fabiana Pinto Fernandes também defendeu sua seleção em entrevista à Folha de S.Paulo, destacando sua trajetória de mais de sete anos na formulação de políticas públicas voltadas para equidade racial e de gênero. Segundo ela, sua contratação foi feita pelo Banco CAF sem qualquer interferência da ministra Anielle Franco.

Já para a vaga voltada à promoção da igualdade racial, inicialmente foi selecionada a pesquisadora Cecilia Maria Izidoro Pinto, coordenadora do grupo de estudos Ori, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No telefone indicado na página oficial do grupo, a informação é que o contato não existe. O núcleo tem entre seus pesquisadores a própria Anielle Franco.

Na página oficial do grupo de estudos, a pesquisadora Cecília Pinto diz que “atualmente é Superintendente Adjunta à Superintendência Geral de Ações Afirmativas Diversidade e Acessibilidade da UFRJ (SGAADA) com experiência na área de Enfermagem nas relações "Étnico-Raciais no Contexto Saúde”.

Em julho, o processo ao qual Cecília Pinto fazia parte foi reaberto e, no mês seguinte, a vaga foi preenchida por Jaqueline Lima Santos, que não tem ligações com a ministra. Jaqueline afirmou ter tido acesso ao edital via LinkedIn após um compartilhamento.

“Foi um edital de consultoria remota pelo período de oito meses e não de vaga efetiva. Tinha que apresentar uma proposta de trabalho, apresentei via Google Forms, onde a gente se inscrevia e anexava a proposta. Foi um longo processo seletivo, com entrevistas com diversos profissionais que eu não conhecia e fui selecionada”.

“Não conheço Anielle e não tenho qualquer ligação com pessoas próximas a ela. Também não houve indicação, não conhecia ninguém que fez parte do grupo decisório do processo seletivo”, afirmou ao relatar que participa de outros editais de consultoria, sempre passando por processos seletivos.

Outro selecionado foi Alex da Mata Barros, contratado como consultor na área de dados e estudos para o Plano Nacional Esporte sem Racismo, também com remuneração de US$ 44.928 por dez meses. Barros é o mesmo citado pelo prefeito de Maricá, Washington Quaquá como suposto funcionário fantasma na administração municipal.

O Ministério da Igualdade Racial reforçou que a consultoria do projeto foi oferecida pelo Banco CAF como parte de um esforço de fortalecimento institucional da pasta e que o processo seletivo seguiu critérios internacionais definidos pelo banco, com ampla divulgação no site do ministério e análise técnica dos currículos inscritos e que não houve interferência da ministra às indicações.

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Novo faz representação sobre suposto nepotismo ao TCU

Na reta final de fevereiro o Novo enviou uma representação sobre o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU) apontando para um suposto favorecimento no preenchimento das vagas. O partido alertou na denúncia que o “vínculo de amizade e compadrio também configuram nepotismo”.

“A contratação de pessoas tão próximas à ministra Anielle Franco, como sua madrinha de casamento e uma ex-funcionária do Instituto Marielle Franco, em um convênio de cooperação técnica do Ministério da Igualdade Racial, é uma afronta ao cidadão e à moralidade pública. Infelizmente, faz parte do ‘kit’ de práticas do governo Lula”, alertou o senador Eduardo Girão (Novo-CE).

A representação foi assinada por todos os congressistas do Novo: os deputados Marcel Van Hattem (RS), Adriana Ventura (SP), Gilson Marques (SC) e Ricardo Salles (SP), além do senador Eduardo Girão (CE).

“A contratação de consultores com vínculos pessoais próximos à ministra da Igualdade Racial fere os princípios da impessoalidade e moralidade administrativa. É inadmissível que processos seletivos sejam conduzidos dessa forma, levantando suspeitas de favorecimento ilícito”, destacou Adriana Ventura, líder do Novo na Câmara.

Para o advogado e comentarista político, Luiz Augusto Módolo, a esquerda tem poucas lideranças e a possível ausência de Lula na eleição de 2026, afetado por problemas de saúde e baixa popularidade, já fazem setores do PT brigarem pelo seu espólio político.

“O controle de ferro de Lula sobre o PT dá sinais de desgaste. Além dos problemas naturais de tentar controlar uma máquina partidária de 45 anos, que não se renova, vide que o PT não tinha sequer um jovem da idade de Nikolas Ferreira para tentar contrapor o famoso vídeo sobre o Pix, Lula já não tem mais o entusiasmo e nem a saúde necessários para manter esse domínio. E rivais internos sentiram o sangue na água”, reforça ao citar os nomes de Quaquá e Anielle Franco.

Para o advogado, a briga se intensifica porque Quaquá representa o PT mais “tradicional” da esquerda sindicalista e de “marxismo antiquado”, enquanto Anielle Franco seria “quase uma ala do Psol dentro do PT”, além, de muito próximo a Janja. “Ou seja, temos a esquerda identitária e a que atualizou a luta de classes com bandeiras feministas, LGBT+ e raciais [marxismo cultural]. A disputa deles aparenta ter caráter regional, no Rio de Janeiro, mas pode gerar impactos em toda a esquerda nacional”, avalia ao destacar que os olhos estão em outubro do ano que vem.

O especialista analisa que a luta entre ambos apresenta perigos para eles próprios, tendo em vista que denúncias começam a surgir, sem controle algum de como podem terminar. “Ao se provocar um órgão como o TCU, não necessariamente alinhado a um dos lados, pode ser feito um estrago. É uma situação, porém, em que o respeitável público deve torcer pela “briga”. Que mais malfeitos dos dois apareçam à luz do sol, sempre o melhor detergente”, comentou ao parafrasear o ex-juiz da corte americana, Louis Brandeis.

Anielle Franco, a ministra de Lula e algumas de suas polêmicas

Anielle Francisco da Silva, mais conhecida como Anielle Franco, tem 39 anos e nasceu no Rio de Janeiro. Cresceu no Complexo da Maré, uma comunidade na Zona Norte da cidade. Foi jogadora de vôlei, o que lhe garantiu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos aos 16 anos, onde viveu por 12 anos. Fez seu bacharelado em Jornalismo e Inglês nos Estados Unidos, além de um mestrado em Jornalismo.

De volta ao Brasil, se formou em Letras-Inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e concluiu um mestrado em Relações Étnico-Raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). Ela faz doutorado em Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Após o assassinato de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, em 2018, Anielle ficou conhecida no cenário nacional, fundou o Instituto Marielle Franco, sob a justificativa de preservar o legado de Marielle e promover atividades culturais e educacionais para crianças e jovens, além de apoiar mulheres negras na política. Em 2021, ela foi selecionada como uma das bolsistas do programa Ford Global Fellow, da Fundação Ford, para apoiar futuras lideranças globais.

Em 1º de janeiro de 2023, Anielle Franco assumiu o cargo no recém-criado Ministério da Igualdade Racial no governo Lula, mas sua trajetória na vida pública também enfrenta controvérsias.

Em junho de 2023, ela se envolveu em uma polêmica ao ser flagrada sem capacete na garupa de uma moto no Complexo da Maré expondo um embate entre o cumprimento das leis de trânsito e o que classificou, à época, como “realidade das comunidades”. A ministra e sua equipe argumentaram que a prática é comum em favelas, aonde a moto é um meio de transporte essencial e onde certas regras poderiam ser flexibilizadas para evitar confrontos. Traficantes exigiriam que o capacete não seja usado para facilitar a identificação de pessoas estranhas à favela.

Em setembro de 2023 ela se envolveu em uma nova polêmica. Anielle pegou carona em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em um suposto ato de governo, coincidentemente no final da Copa do Brasil daquele ano, onde seu time, o Flamengo, jogava contra o São Paulo capital paulista.

A justificativa do Ministério da Igualdade Racial foi que a viagem teve caráter institucional porque seria assinado um protocolo de combate ao racismo no esporte. A ação contou com a participação de outros ministros e do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), além da divulgação do Disque 100, canal para denúncias, no estádio.

Críticos apontaram que a ministra, torcedora do Flamengo, escolheu justamente a final do campeonato para a assinatura, levantando suspeitas sobre o real propósito da viagem. A ministra rebateu as críticas, afirmando que sua presença foi parte do trabalho ministerial e que era “inacreditável” ser questionada por isso.

Ocorre que, naquele mesmo dia, uma assessora que acompanhou a ministra no avião da FAB acabou exonerada após escrever nas redes sociais ofensas contra torcedores do São Paulo. A assessora escreveu “Descendente de europeu safade. Pior de tudo pauliste”. À época, o Ministério disse, ao exonerá-la, que a conduta e “as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR (Ministério da Igualdade Racial)”.

Em setembro de 2024, o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido após acusações de importunação sexual, incluindo relatos de Anielle Franco sobre comportamentos inadequados que teriam ocorrido ao longo de um ano.

Nesta semana a história teve um novo capítulo. Silvio Almeida, que foi demitido há cinco meses por Lula, disse em uma entrevista ao UOL que foi vítima de “intriga” política e que Anielle Franco o tratou com hostilidade durante a transição. Ele nega as acusações de assédio e disse que não conviveu com ela durante a transição de governo.

“Tenho lembrança de ter encontrado Anielle em duas ocasiões. Num jantar, em que minha esposa, grávida, ficou conversando com a ministra. Depois no dia em que fomos anunciados ministros. Não tenho lembrança de ter me encontrado com ela durante os trabalhos”, disse ao UOL em reportagem publicada no último dia 3. O Ministério não se manifestou sobre as alegações de Almeida.

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