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Ricardo Salles
Dentre suas realizações no Ministério do Meio Ambiente, o ex-ministro Ricardo Salles destacou o marco legal do saneamento.| Foto: Reprodução/YouTube/Gazeta do Povo

O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez uma autocrítica de sua gestão à frente da pasta, citou sua realizações no período e comentou o episódio envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson. Salles, que foi eleito deputado federal por São Paulo, deu uma entrevista ao Poder360, publicada nesta sexta-feira (28).

Questionado sobre as críticas que recebeu por parte de ambientalistas e pedidos de afastamento durante sua passagem pelo Ministério do Meio Ambiente, Salles afirmou que poderia ter havido uma comunicação diferente durante sua gestão para destacar de maneira mais clara suas realizações.

“Acho que primeiro poderia ter havido uma comunicação diferente, mas isso se deve também a um momento de esgarçamento político pelo qual o Brasil vive nos últimos 10 anos com a esquerda se debatendo pra tentar voltar ao poder e querendo impedir a direita de governar, como se democracia fosse apenas a visão da esquerda sobre os fatos”, disse Salles.

Marco legal do saneamento

Dentre suas realizações no governo, o ex-ministro destacou o marco legal do saneamento. “No Ministério do Meio Ambiente nós fizemos a defesa de alguns pontos importantes, como a agenda ambiental urbana, que a esquerda nunca fez e, aliás, votou contra o marco legal do saneamento. É justamente essa norma que está permitindo que vários locais do Brasil, a começar pelo Rio de Janeiro, solucionem esta chaga que foi herdada de tantos anos de governo com descaso", disse Salles.

"Dos 210 milhões de brasileiros, 100 milhões ficaram sem coleta e tratamento de esgoto até que o governo Bolsonaro tivesse a oportunidade, junto com o Congresso, com o meu ministério, com a minha atuação, também o ministro Rogério Marinho, pudéssemos aprovar o marco legal do saneamento”, afirmou.

Desmatamento e críticas internacionais

Salles também citou as campanhas e críticas internacionais contra o desmatamento na Amazônia e negou que o desflorestamento tenha aumentado durante o governo Bolsonaro.

“Um aspecto que, talvez, fizéssemos diferente é a campanha internacional. Nós permitimos, por uma certa inocência do governo, uma credulidade de que as coisas seriam explicadas naturalmente, permitimos que lá fora criassem, a partir do Brasil, de uma parte da imprensa brasileira, de acadêmicos ativistas e até empresários que queriam atingir o governo do presidente Bolsonaro, criaram no exterior um sentimento de desinformação e contrariedade de muitas coisas que aconteciam aqui", afirmou o ex-ministro.

"E por exemplo, o desmatamento. As pessoas não falam que o desmatamento vem subindo desde 2012 ininterruptamente. A narrativa que fica aparecendo na imprensa é de que estava tudo bem na Amazônia e que o desmatamento voltou a subir apenas no governo Bolsonaro, o que é uma mentira”, disse.

Roberto Jefferson está doente

Salles citou ainda o caso envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson, que disparou mais de 50 tiros contra policiais federais. O ex-ministro afirmou que um verdadeiro apoiador de Bolsonaro jamais tomaria uma atitude radical como essa e insinuou que Jefferson está doente.

“Primeiro, isso não guarda nenhuma relação com o presidente Bolsonaro e a campanha presidencial pela simples razão de que fosse o Roberto Jefferson um apoiador verdadeiro do presidente Bolsonaro, ele jamais faria, tomaria uma atitude radical, equivocada, impensável como essa”, disse.

“Talvez ela possa ser creditada ao fato de que ele (Jefferson) está doente. Estava preso em casa, numa situação psicológica muito frágil, o que não justifica, mas talvez explique esse dia de fúria adotado aí pelo Roberto Jefferson. Inclusive, em razão de um inquérito que, segundo várias análises jurídicas, é um inquérito que tem uma série de fragilidades ou ilegalidades. Mas jamais se poderia um cidadão de bem atirar contra a polícia”, afirmou o ex-ministro.

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