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Guerra na Ucrânia

Senador Arns recorre a Gleisi para tentar fazer Lula ouvir ucranianos

Senador Flávio Arns ao lado de diplomata da Ucrânia no Senado Federal (Foto: Luis Kawaguti/Gazeta do Povo)

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O senador Flávio Arns (PSB-PR) pediu à ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receba um representante da comunidade ucraniana. Lula já recusou ao menos dois pedidos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para vir ao Brasil e conversar pessoalmente, mas já recebeu o chanceler russo Sergey Lavrov, da Rússia, duas vezes em seu terceiro mandato.

“Conversei com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e reiterei o pedido já feito anteriormente para que o presidente Lula receba o senhor Vitório Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira. Vitório acompanha diariamente a grave situação pela qual passa a Ucrânia, desde que foi invadida pela Rússia, e tem considerações importantes a fazer na busca pela paz”, disse Arns.

Zelensky e Lula vinham trocando farpas publicamente por meio da mídia. O ucraniano disse que Lula não era mais relevante para as negociações de paz. O petista, que vinha dizendo que a Ucrânia é tão culpada quanto a Rússia por ter sido invadida, afirmou recentemente que Zelensky foi humilhado por Trump.

O pedido de Arns marca uma estratégia alternativa para tentar sensibilizar Lula a não apoiar a política de anexação de territórios à força do ditador Vladimir Putin. Sorotiuk é um membro influente da comunidade ucraniana, mas também é um dos fundadores do PT no Paraná, estado de Gleisi.

Em uma petição endereçada a Lula, Sorotiuk argumentou “a questão ucraniana também é um assunto do Brasil, seja porque milhares de seus filhos têm laços de sangue e culturais com a Ucrânia, seja porque o Brasil faz parte do concerto das Nações Unidas, onde se busca estabelecer a paz e a solução pacífica de conflitos”, escreveu.

Arns preside o grupo parlamentar Brasil-Ucrânia no Senado, que tem criticado o Ministério das Relações Exteriores por ter optado pela abstenção em um voto da Assembleia da ONU em fevereiro que condenava a invasão russa.

“Dos cerca de 600 mil descendentes de ucranianos no Brasil, 500 mil estão no Paraná. Essa comunidade precisa ser ouvida e continuarei a ser um articulador junto ao Governo Federal, para que os ucranianos residentes no Paraná tenham voz”, disse Arns.

Mas, em paralelo à articulação com Gleisi, o senador tenta articular um convite a diplomatas de múltiplos países para participar de uma sessão no Senado para questionar a política externa de Lula.

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