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Terras indígenas
Novos dados do Censo 2022 mostram que 63,37% dos indígenas vivem fora das áreas oficialmente delimitadas.| Foto: Raphael Alves/EFE

A quantidade de territórios indígenas oficialmente delimitados no Brasil deu um salto de 2010 para 2022 de acordo com novos dados do Censo Demográfico divulgados nesta segunda (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram criadas 68 áreas em doze anos, passando de 501 para 573.

Mesmo com a criação de novos territórios protegidos, o número de indígenas vivendo nestes locais é menor do que neles próprios. Essas terras abrigam 689,2 mil pessoas, sendo 90,26% que se declaram indígenas.

Quando considerada a totalidade de indígenas vivendo no país, são apenas 622,1 mil nas áreas delimitadas (36,73%) contra 1,1 milhão (63,27%) fora delas.

Segundo Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas, essa é uma característica que precisa ter uma análise mais aprofundada e analisada em separado.

“Esse é um recorte importante não só para os órgãos indigenistas planejarem e executarem as políticas públicas direcionadas às terras indígenas, mas também porque revela uma demografia específica da população residente nessas áreas”, disse.

Segundo os novos dados do IBGE, quase metade dessa população (49,12%) está na região Norte, onde as terras indígenas somaram 338,5 mil habitantes, sendo 316,5 mil (93,49%) indígenas.

Três estados respondem por quase metade (46,46%) das pessoas indígenas vivendo nas terras delimitadas: Amazonas (149 mil), Roraima (71,4 mil), e Mato Grosso do Sul (68,5 mil).

Por outro lado, a maior proporção de indígenas fora delas é encontrada na região Sudeste, com 101,9 mil pessoas (82,56%), seguido pelo Nordeste (398,9 mil, ou 75,43%) e pelo Norte (436,9 mil, ou 57,99%). Somados, Amazonas e Bahia concentram 46,46% do total de indígenas nessa situação geográfica no país.

“Para que isso fosse possível, tivemos que mapear essas localidades. Toda a estrutura do IBGE foi mobilizada. Os povos indígenas estão presentes nas cidades, em áreas urbanas, em áreas rurais, em áreas remotas, em favelas e todos precisam ser recenseados”, completa o pesquisador.

Dentre as terras indígenas com maior número de habitantes, destaca-se a Terra Indígena Yanomami (AM/RR), com 27.152 indígenas (4,36% do total em terras indígenas no país). A Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) vem em segundo lugar, com 26.176, seguida pela Terra Indígena Évare I (AM), com 20.177.

População indígena aumentou no Brasil em 12 anos

Os novos dados do Censo 2022 divulgados nesta segunda (7) pelo IBGE apontam um crescimento de 88,82% da população indígena brasileira em relação a 2010. São 1,693 milhão pessoas que se declaram indígenas, correspondendo a 0,83% da população, distribuídos em 4,8 mil municípios.

A região Norte concentra a maior parcela da população indígena, com 44,48% do total (753.357 pessoas). Em seguida, o Nordeste, com 31,22% (528.800 indivíduos). Amazonas e Bahia são os estados com a maior quantidade de indígenas, totalizando quase metade da população indígena no país.

Manaus lidera entre os municípios com o maior número de indígenas (71,1 mil pessoas), seguido por São Gabriel da Cachoeira (AM), com 48,3 mil, e Tabatinga (AM), com 34,5 mil. Já as maiores proporções de indígenas estão em Uiramutã (RR), com 96,6%, Santa Isabel do Rio Negro (AM), com 96,17%, e São Gabriel da Cachoeira, com 93,17%.

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