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Crise política

Tocantins troca comando da Segurança Pública após crise iniciada por investigações da Polícia Civil

Governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (foto) nomeou novo secretário da Segurança Pública. (Foto: Antonio Gonçalves/Secom Tocantins )

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Em meio a uma série de polêmicas e uma crise política não declarada no governo do estado do Tocantins, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) nomeou o delegado Bruno Sousa Azevedo como o novo secretário de Estado da Segurança Pública no lugar do delegado Wlademir Mota. O gesto foi visto como uma tentativa de conciliação com a Polícia Civil, cujas investigações haviam deflagrado uma crise política.

Barbosa havia exonerado todos os membros de alto escalão de seu secretariado em 27 de dezembro de 2024, mas a maioria dos servidores foi reintegrada dias depois. Em meio aos exonerados estava o delegado Wlademir Mota, que era o titular da Segurança Pública desde 2021 e não foi reconduzido.

Críticos do governador viram no ato uma possível retaliação e eventual tentativa de atrapalhar investigações da Polícia Civil. O governo negou essa possibilidade e disse que as trocas foram para melhorar a qualidade do serviço público.

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A Polícia Civil havia iniciado investigações, que depois passaram para a Polícia Federal, que resultaram em denúncias de corrupção na aquisição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) foi afastado e preso e o atual, Barbosa, foi investigado.

O ex-governador Carlesse renunciou em 2022 para evitar um processo de impeachment, mas foi afastado por decisão do STJ e acabou preso no fim do ano. Barbosa era seu vice e assumiu o cargo, mas também é alvo de investigações da Polícia Federal. O atual governador nega envolvimento no caso. Ele diz que os fatos ocorreram antes de sua chegada à gestão da área investigada.

Além disso, a Polícia Civil havia feito no ano passado uma operação contra policiais militares suspeitos de abusos que impactou negativamente na imagem do governo de Barbosa. Isso também deflagrou uma crise entre as polícias Civil e Militar.

Barbosa realmente não reintegrou Mota, o secretário afastado. Mas ao contrário do que seus opositores esperavam, a nomeação do novo secretário de segurança foi entendida como um gesto de conciliação, pois o nome de Azevedo tem boa aceitação em diversos segmentos da polícia.

A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado na quinta-feira (16). Azevedo, que preside o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol) desde 2022, tem longa trajetória na Polícia Civil, iniciada em 2009. Ele é natural de Paraíso do Tocantins e possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), com especialização em Direito Público, com foco em assessoria governamental e combate à corrupção.

A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins estava sem titular desde 27 de dezembro de 2024. Desde então a pasta vinha sendo temporariamente conduzida pelo delegado Reginaldo de Menezes Brito, que continuará no cargo como secretário executivo. Além de Azevedo, o governador também nomeou Cledson da Rocha Lima, engenheiro ambiental, como presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).

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