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Repercussão

Transparência Internacional repudia votação do PL da dosimetria

Transparência Internacional diz que votação na madrugada evidencia "negociatas escusas" na análise do PL da dosimetria.
Transparência Internacional diz que votação na madrugada evidencia "negociatas escusas" na análise do PL da dosimetria. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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A organização Transparência Internacional, voltada ao combate à corrupção, repudiou "a forma açodada e desleal com a sociedade pela qual foi aprovado o PL da Dosimetria." A nota foi publicada no X nesta quinta-feira (11). A entidade diz que o impacto no sistema penal é incerto e a votação, realizada na madrugada desta quarta-feira (10), ocorreu por meio de "negociatas escusas"

Apesar de reconhecer que "há graves injustiças a serem corrigidas" no julgamento dos réus do 8 de janeiro, devido a "evidentes violações do devido processo e penas desproporcionais", a Transparência Internacional entende que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus das ações sobre suposto plano golpista "responsabilizou as lideranças a partir de provas robustas, impondo penas adequadas à gravidade dos crimes." Com isso, a entidade conclui: "Não deve haver anistia ou qualquer atalho de impunidade."

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Na Câmara, foram 291 votos favoráveis e 148 contrários ao texto do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O relator não acatou a ideia original da oposição de anistia "ampla, geral e irrestrita", mas alterou as regras para o cálculo das penas para crimes contra a democracia. Caso aprovadas, essas regras vedam ao juiz somar as penas pelos crimes ocorridos no mesmo contexto. Foi esta a situação que elevou a pena de Bolsonaro, uma vez que foram imputados ao ex-presidente cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Com a soma dos crimes, Moraes votou pela condenação do ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão. Pela proposta de Paulinho, a pena seria reduzida para dois anos e quatro meses, podendo progredir de regime após um ano e dois meses. Os réus do 8 de janeiro também serão beneficiados.

A oposição considerou uma vitória a fixação em pauta da urgência do projeto. Contudo, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), surpreendeu os parlamentares ao designar Paulinho como relator. Logo após a decisão, o relator se reuniu com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) para discutir o ainda chamado "PL da Anistia". Foi a partir de então que os rumos do texto mudaram.

Para o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o nome não é apropriado, uma vez que não cabe ao Legislativo, mas ao Judiciário definir a dosimetria das penas. Em entrevista à CNN Brasil, ele criticou o novo nome, especialmente por vir de um constitucionalista (Temer).

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