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Escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir o presidente de honra do PDT, Carlos Lupi, no Ministério da Previdência, o ex-deputado federal Wolney Queiroz Maciel, de 52 anos, é também um quadro antigo do partido. Atualmente, ele ocupa o cargo de secretário-executivo da pasta, o segundo na hierarquia.
Filiou-se à legenda aos 19 anos, em 1992, e no ano seguinte foi eleito vereador em Caruaru (PE). Em 1994, elegeu-se deputado federal por Pernambuco e se reelegeu desde então para a Câmara Federal. Na legislatura 2019-2022, foi líder do partido e líder da oposição ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Sempre atuou como político, mas em 2022, depois de exercer cinco mandatos na Câmara, com 63.242 votos, não conseguiu se reeleger novamente. Com a eleição de Lula, integrou o Conselho Político do governo de transição em 2022 e foi escolhido por Lupi em fevereiro de 2023 para ser o número 2 no Ministério da Previdência.
Seu perfil oficial na página da Câmara dos Deputados informa que ele é “administrador” e “empresário”, mas que não tem o ensino superior completo.
Na Câmara, foi autor de lei de 2018 que proibiu punir municípios que ultrapassassem o limite de despesa com pessoal em casos de queda de receita. Em 2016, a Câmara aprovou lei, de sua autoria, que tornou obrigatório o uso de farol baixo aceso durante o dia nas rodovias.
Wolney hoje preside o diretório estadual do PDT em Pernambuco e integra a executiva nacional. O nome de Wolney foi defendido pela cúpula do partido junto a Lula devido ao desgaste sofrido desde a semana passada por Lupi à frente da Previdência.
Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou uma megaoperação em 13 de estados contra entidades e servidores do INSS envolvidos em descontos não autorizados em benefícios concedidos a aposentados e pensionistas. De 2019 a 2024, os descontos alcançaram R$ 6,3 bilhões, com crescimento acentuado no governo Lula.
Deputado do PDT ficaram incomodados com a exposição de Lupi, especialmente com a pressão nos bastidores para que deixasse o cargo para não prejudicar ainda mais a imagem de Lula, cuja popularidade está em declínio desde o início do mandato.
A insatisfação do partido e do próprio Lupi cresceu com a escolha, pelo próprio Lula, do novo presidente do INSS, o procurador federal Gilberto Waller Júnior, especializado em combate a fraudes. Lupi não participou da definição e ficou manchado com o afastamento, pela Justiça, de Alessandro Stefanutto, nome de sua confiança.