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A bolha “progressista” despreza o povo: o caso de Guga Chacra
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O abismo crescente entre elite "progressista" e povão é um fenômeno marcante da era moderna e tem enormes repercussões políticas e sociais. Os "cidadãos do mundo", cosmopolitas, seculares, desapegados e sem laços patrióticos, olham com desdém e desprezo para o povão, a turma do interior e subúrbios, tida como reacionária, ultrapassada, preconceituosa e fascista.

Vários livros tentam explicar o fenômeno. Coming Apart, de Charles Murray, é um dos melhores, mas há muitos outros e o tema tem ganhado maior atenção após as vitórias de Trump, Bolsonaro e do Brexit. Mas a elite se recusa e compreender o que está em jogo, não quer enxergar como sua visão de mundo, cada vez mais radical à esquerda, não conversa com os cidadãos comuns. O mundo de Davos prefere chamar de "deploráveis" aqueles que se recusam a aderir a tal cartilha.

Um caso claro é o de Guga Chacra. Estudou em Columbia, dominada pelo pensamento "progressista", mora em Nova York, o estado mais cosmopolita e "liberal" dos Estados Unidos, ao lado da Califórnia, e trabalha para a Globo, emissora com claro viés "progressista". Guga chegou a duvidar da vitória de Trump pois não conhecia ninguém que votaria nele ignorando que vive numa bolha, aquela dos leitores do NYT e telespectadores da CNN.

Em sua coluna de hoje, ele lamenta que as metrópoles mais "liberais" sejam obrigadas a conviver com governos populistas de "extrema direita", vitoriosos graças aos "atrasados" do interior, aos "preconceituosos" de todo tipo, "xenófobos" e "racistas". Para Guga, Trump é de extrema direita e Obama é um liberal!

Guga usa como gancho a vitória de Andrzej Duda, reeleito presidente da Polônia domingo. Para Guga, ele foi eleito "com uma agenda homofóbica, xenófoba e antissemita", e teve menos de um terço dos votos em Varsóvia. Netanyahu, que governa Israel há cinco mandatos, um recorde, também é retratado como líder da "extrema direita" eleito a despeito de Tel Aviv e Haifa, mais avançadas.

Não obstante o fato de Guga usar liberal sem aspas, ignorando que o termo a que se refere foi usurpado pela esquerda cada vez mais radical, seu texto exala preconceito do começo ao fim, mas ele sequer é capaz de perceber. Para gente como Guga, o povo é ignorante e atrasado, essa gente "religiosa", apegada aos laços patrióticos, com horror às pautas "avançadas" como a ideologia de gênero.

Alguém como Guga não tem a menor condição de compreender a aversão de muitos à postura da Globo. Ele só pode suportar a forte reação popular, como vimos durante o jogo do Flamengo transmitido pelo SBT nesta quarta, por meio da narrativa de que se trata de um ato de bárbaros fanáticos e extremistas. É mais fácil do que buscar uma reflexão sincera sobre os claros excessos "progressistas" dessa elite cosmopolita, que cospe em todos os legados tradicionais e faz campanha contra todo líder mais conservador, tratado como populista de "extrema direita".

É por essas e outras que Guga Chacra, um sujeito que parece até bacana, torna-se um ícone desse pensamento arrogante e preconceituoso, que acusa todos os outros de preconceituosos e atrasados. A ponto de Guga considerar um "gênio" um boboca como Felipe Neto:

Para a patota de Guga, Felipe Neto é mesmo um grande comunicador e alguém que deve ser levado a sério no debate político, pois sua mensagem vai ao encontro do que deseja essa elite, que é detonar os "populistas de extrema direita" como Trump e Bolsonaro. Já para o povão, aqueles "reacionários" pela ótica dos cosmopolitas, Felipe Neto é apenas um idiota que fez fama e dinheiro com baixarias, explorando o público infantil de maneira indecente e execrável.

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