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25 anos de Plano Real: o foco continua sendo conter descontrole fiscal
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O Plano Real fez seu vigésimo-quinto aniversário. A garotada mais jovem viveu até agora sem saber o que é hiperinflação, e com a Dilma no poder teve uma pequena amostra do estrago que a volta do dragão inflacionário pode causar. A inflação é o pior imposto que existe, pois recai sobre os mais pobres e vem disfarçado de bonança artificial no começo.

É sempre um processo monetário, fruto de uma decisão política, normalmente decorrente de déficits fiscais. Como aumentar impostos é impopular e emitir dívida tem um limite – o Brasil já tem quase 80% de dívida pública em relação ao PIB, patamar muito alto para país emergente – governantes ficam tentados a apelar para a emissão de moeda e crédito para financiar seus gastos descontrolados, ou seja, produzir inflação.

A conquista sobre o dragão inflacionário parece bem sedimentada no imaginário da população, e quem brincar com esse fogo será queimado. Foi o caso de Dilma, entre outros vários erros. Por conta da ausência desse mecanismo de fuga, os governantes precisam enfrentar os problemas fiscais. Não há contornos, malabarismos possíveis. Temos uma carga tributária de quase 40% do PIB, muito elevada além de complexa.

A única solução é mesmo estancar a sangria fiscal, partir para a tão demonizada “austeridade” – conceito que qualquer família entende como crucial para sua saúde financeira, mas que a esquerda considera um monstro terrível no setor público, como se responsabilidade fiscal fosse um mal, não uma virtude.

E para domar o rombo fiscal, a reforma previdenciária é o mais importante instrumento. Daí sua importância vital, a ponto de alguns economistas a chamarem de Novo Plano Real. Se há 25 anos o Brasil encarou o fantasma da inflação com coragem e determinação, chegou a hora de desarmar o principal gatilho que dispara esse terrível mal, que deve ser cortado pela raiz.

Gustavo Franco, um dos pais do Real, lembra da importância de não ceder demais: “Como teria sido a vida se, no meio do caminho, o presidente cedesse às pressões para o afrouxamento das políticas de juro, câmbio e fiscal?”, pergunta. Pois é. Reforma já, e sem muita desidratação!

Rodrigo Constantino

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