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As cifras astronômicas desviadas por políticos expõem a essência do problema: o tamanho do estado!
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Quem ainda rouba milhão em Brasília ou no comando dos governos estaduais? Milhão é apenas um milho grande para essa gente, ou troco para molambo, para os últimos da cadeia de corrupção montada dentro do estado. Ou então o valor de um simples anel de presente para a esposa. Estamos nos acostumando a cifras astronômicas, a dezenas de milhões, a centenas de milhões para todo lado. Fulano é acusado de desviar cem milhões, Cicrano é acusado de embolsar duzentos milhões, e o outro deve ter amealhado lá na casa do bilhão!

O que é isso?! Perdemos a noção das coisas, a ordem de grandeza dos números? Banalizamos o ato de um governante desviar, às vezes numa só obra, algo que os mais bem-sucedidos empreendedores levam uma vida inteira para construir? Um empresário que conseguiu acumular duzentos milhões em sua vida teve que criar muitos empregos, gerar bastante riqueza para a sociedade, arriscar tudo que tinha em vários momentos. Um político é capaz de chegar a essa soma na propina de uma grande obra!

Foi Gustavo Nogy quem chamou a atenção para a coisa:

Num estado institucionalmente falido, o ex-governador ajudou a desviar 230 milhões de reais. Os números são obscenos. Quem é Sérgio Cabral? Pois esse Ninguém em forma de gente desviou duas centenas de milhões de reais. E sabemos que não é o único, e sabemos que esses números não são os maiores. Se onde quer que exista Estado, aí haverá corrupção, a verdade é que os níveis brasileiros são qualquer coisa à parte. Prender os caciques é, ou deveria ser, o começo da conversa. O volume inimaginável de dinheiro roubado (ou, de costume, desperdiçado) denuncia o óbvio: o Estado brasileiro é grande demais, emprega gente demais, movimenta impostos demais. Não se pode deixar de considerar esses fatos. Quando maior for o Estado, maior será a queda. Ou que comamos brioches de uma vez.

E o pior: aceitamos por tempo demais essa situação absurda. Conheço muita gente com casas de praia em Angra. Gente rica, que fez fortuna com suas empresas, ou no mercado financeiro. Enquanto muitos tinham que enfrentar a péssima condição na estrada Rio-Santos, passando pela Avenida Brasil ou por Santa Cruz, Cabral chegava em sua mansão milionária de helicóptero. O que ele criou para tanto? Qual foi sua grande contribuição à sociedade, que legado deixou? Fundou alguma indústria inovadora? Atendeu milhões de clientes de forma mais produtiva e eficiente? Baixou os custos de produtos desejados?

Nada disso. Foi eleito governador do estado, e ponto. Basta. É o suficiente para levar uma vida de nababo, de magnata, de multimilionário como se fosse um ícone do Vale do Silício. E todos acham a coisa mais normal do mundo. Meu vizinho em Mangaratiba? Ah, o ex-governador Sergio Cabral, que é servidor público desde sempre, que atuou no governo e mais nada. Como pode? Quem explica? Ninguém. E ninguém precisava.

Mas o Brasil está mudando. A população está cansando dessa impunidade toda, desses marginais que fazem fortuna na vida pública, no governo, usando o poder para roubar, para desviar centenas de milhões e viver como os mais ricos capitalistas. Aos poucos, o povo está aprendendo que não é para ter raiva do capitalista, como o professor marxista dizia, e sim do político, que usa o “capitalismo de estado” para enriquecer, de dentro da política.

O liberalismo é contra isso ao atacar o excessivo tamanho do estado. A esquerda, paradoxalmente, é a melhor amiga desses corruptos, ao pregar concentração de poder e recursos no estado. Garotinho, Cabral, Lula: essa gente só chegou onde chegou porque o prêmio era grande demais ao tomar o poder. É o tamanho do estado, alimentado pela impunidade, que permite esse tipo de coisa. Ao menos a impunidade vem sendo combatida agora. Resta reduzir drasticamente o tamanho do estado.

Rodrigo Constantino

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