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As ideias simplistas de Verissimo. Ou: Filho de Erico se supera e compara defensores de impeachment com terroristas islâmicos!
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Meus leitores não acreditam como posso ter estômago tão resistente a ponto de encarar os textos de Verissimo. De fato, não fosse eu um microempreendedor, seria o caso de pedir indenização por insalubridade em ambiente de trabalho. São os ossos do ofício, é preciso saber o que a turminha de lá está inventando dessa vez, para poder rebater as ladainhas dessa gente sem escrúpulos.

Na coluna de hoje, o filho do Erico se superou: comparou os defensores do impeachment de Dilma com os terroristas islâmicos, todos seguidores de “ideias simples”, que eximem o indivíduo de pensar em questões complexas. Claro, quem pensa é Verissimo, por isso ele sempre vem com soluções complexas: sempre mais estado!

Antes de chegar na analogia entre defensores do impeachment e terroristas islâmicos, Verissimo aproveita para esculachar Donald Trump, e não há nada mais fácil para a esquerda simplista do que pegar como espantalho o bilionário excêntrico e caricato. Diz o humorista:

Como nunca se sabe se o muçulmano que chega aos Estados Unidos vai se comportar ou vai sair matando americanos, Trump propõe — simplesmente — que se proíba a entrada de muçulmanos no país. À Estátua da Liberdade — que, na entrada do Porto de Nova York, simboliza a acolhida indiscriminada que os Estados Unidos sempre deram a imigrantes e visitantes — só restaria guardar sua tocha e ir para casa. Dizem que, com a eleição de Trump, pela primeira vez o país, que já teve na Presidência todo tipo de gente, de líderes legítimos a escroques confessos, terá eleito uma piada. Mas a piada perde a graça quando se sabe que Trump lidera a tropa de candidatos republicanos em todas as pesquisas de intenção de votos.

Criticar a proposta de Trump é absolutamente legítimo, e muitos conservadores o fizeram. Mas distorcer dessa forma é coisa que só a esquerda canalha faz, com o perdão pelo pleonasmo. O que Trump propôs foi temporariamente interromper o fluxo migratório de muçulmanos, por considerar que os Estados Unidos estão em guerra contra a ala radical e fanática dessa seita religiosa.

O esquerdista Jimmy Carter, adorado pelos socialistas como Verissimo por seu excesso de pusilanimidade e incompetência, barrou iranianos de entrar nos Estados Unidos. Antes dele, Roosevelt, outro Democrata, vetou a entrada de japoneses durante a guerra. A Estátua da Liberdade continuou lá, como símbolo de uma das nações mais livres do mundo, não por acaso detestada pela esquerda antiamericana tão bem representada por… Verissimo. Mas o filho do escritor Erico continua:

Ideia simples, também, é que basta extrair a Dilma, como um foco infeccioso, do governo e tudo melhorará. Como não há razão jurídica para depor a Dilma — opinião não minha, um perigoso bolchevique, mas de vários juristas respeitados —, o impedimento da presidente passa a ser apenas uma obsessão, ou uma ideia simples fixa. A baixa popularidade da Dilma e o índice de aprovação do seu governo lá em baixo seriam razões não jurídicas para derrubá-la. Mas isto seria um mau precedente. O Brasil, com sua mania de criar moda (só no Brasil alguém poderia dizer que fundos na Suíça e contas na Suíça são duas coisas completamente diferentes e continuar presidindo a Câmara), estaria inventando o governo por pesquisa de opinião. Cotação muito baixa nas pesquisas — rua! Um péssimo precedente. Não esqueçamos que, pelo critério da popularidade, o Fernando Henrique não teria sobrevivido até o fim do seu mandato.

Se alguns juristas acham que não há embasamento jurídico para o impeachment de Dilma, tantos outros pensam justamente o contrário. Verissimo os ignora por qual motivo exatamente? Ives Gandra Martins é um bufão, por acaso? E Miguel Reale Jr., seria um coxinha golpista? Verissimo tenta passar a ideia para seu leitor desatento de que há uma espécie de consenso sobre a falta de embasamento, o que é simplesmente mentira. Olha as ideias simplistas do próprio Verissimo aí… Mas ele, após espetar Cunha para defender Dilma, chega ao ápice da cara de pau:

Ideias simples também comandam o terrorismo mundial: o que pode ser mais basicamente irracional, mais antidiplomático e intolerante — enfim, menos complicado — do que explodir tudo à sua volta, e a você mesmo, por uma causa ou um deus? Infelizmente, as ideias simples ganham força em todo o mundo. E o pior é que os próprios meios de combatê-las ficam cada vez mais infectados por elas. Nos Estados Unidos, estão dizendo que Trump só teve a coragem de falar o que muita gente pensa mas não fala.

Então ficamos assim: essa gente tosca tem ideias simples demais, gente como Trump e os conservadores americanos, os defensores do impeachment de Dilma, e os terroristas islâmicos (paradoxalmente defendidos pela própria esquerda relativista). Quem pensa de forma complexa no mundo? A esquerda socialista, claro. Verissimo, que sempre defende a mesma coisa, que é mais previsível do que um relógio suíço marcando a hora.

Ao jogar no mesmo saco a imensa maioria do povo brasileiro, que apoia o impeachment de Dilma, e os terroristas islâmicos, o simplista Verissimo chegou ao auge da canalhice. E o pior é que ainda existem uns idiotas úteis por aí que o admiram como “intelectual”. É o que dá viver de ideias simplistas…

Rodrigo Constantino

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