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A beleza das orquídeas e o Memorial Day em homenagem aos militares americanos
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Por Paulo Figueiredo Filho

Minha mulher adora orquídeas. Os habituados a visitar a minha casa estão acostumados a encontrar belas orquídeas decorando o ambiente e, não por coincidência, escrevo esse texto ao lado de uma. Pois hoje é o feriado de Memorial Day aqui nos EUA e eu, a caminho de um legítimo barbecue, não consigo parar de pensar… em orquídeas. Pode parecer estranho que um feriado que homenageia os militares americanos mortos me remeta a flores ornamentais, mas fique comigo por um minuto.

Caso você não se lembre das suas aulas de biologia do colégio (ninguém lembra), orquídeas são um clássico exemplo de uma relação entre espécies chamada de Comensalismo. São assim pois as orquídeas se aproveitam de outra espécie – no caso, grandes árvores – para ganhar altitude e poder receber a quantidade de sol necessária para seu desenvolvimento, sem prejudicar essa espécie.

Se você gosta de analogias, já deve ter percebido que, assim como sem essas árvores não haveria orquídeas, quero dizer que a beleza do avanço da sociedade ocidental não continuaria existindo sem o sacrifício dos bravos homens que deram suas vidas para defender o mundo como o conhecemos. Eles são as nossas árvores.

A lista é imensa. Exemplos mais óbvios são as participações salvadoras e decisivas nas Primeira e Segunda Guerra Mundiais. E em uma semana onde o presidente norte-americano Barack Obama (spit) quase pediu desculpas pelas salvadoras bombas de Hiroshima e Nagasaki, o Memorial Day vem a calhar para lembrar que, não fossem os militares do Tio Sam, estaríamos comendo chucrute com molho Teriyaki até hoje.

Mas qualquer um que não tenha sido educado única e exclusivamente pelo MEC sabe que a contribuição militar americana vai muito além disso. Estes não tem como expressar sua gratidão pelas gerações que mantiveram o mundo protegido da ameaça comunista e impediram que o barril de pólvoras que é o oriente médio explodisse completamente – ao menos até que a JENIAL política externa obamista fosse implementada.

Se você aprecia os 70 anos de paz do ocidente, todos os avanços científicos e sociais que ela proporcionaram, dê hoje um “HURRA!” para os homens de uniforme americanos. Tenho certeza de que a centena de milhares de civis salvos pela intervenção militar humanitária americana em países como Kwait, Somália, Haiti, Bosnia, Iraque, Afeganistão, Kosovo, Líbia, (Síria?) etc compartilharão do sentimento, juntamente com quase todos sul-coreanos de bom senso.

Ora, a importância do poderio militar americano pode até parecer irrelevante para brasileiros mais distraídos, mas a verdade é que, no fundo, achamos que podemos nos dar ao luxo de mantermos forças armadas relativamente incapazes (sorry) porque sabemos que, se a jiripoca piar de verdade como em 1939, o Falcão, nosso histórico aliado, virá em nossa salvação.

Antes que um admirador do poderio militar brasileiro tenha um faniquito, calma, porque essa malemolência bélica não é exclusividade tupiniquim. Foram apoiadas precisamente na tranquilidade garantida pelo gigante americano que as sociais-democracias européias tornaram-se (quase) possíveis. Governos que não precisam se preocupar em gastar recursos com a defesa dos seus territórios (paradoxalmente, talvez a única razão legítima para a suas existências) podem se dar ao luxo de brincar por algumas gerações do welfare state tão sonhado pela esquerda. Confiantes de que estão protegidos pelos EUA/OTAN, sociais-democratas escandinavos puderam se empenhar em usos mais nobres dos impostos de seus cidadãos, bancando por exemplo um sistema de saúde universal e o sustento de um exército de estudantes de sociologia, que caso contrário, acabariam vendendo artesanato em Visconde de Mauá.

E é precisamente aí que a maior ironia do mundo acontece: quando um esquerdista de iPhone, defensor do “paraíso social-democrata sueco” (sim, eu sei) revolta-se contra o “Imperialismo (sic.) Americano”, sem se dar conta que mera existência daquele garantida por este. É a orquídea revoltada pedindo ardentemente que destruam a árvore sobre a qual ela repousa.

A biologia tem outro nome para esse tipo de relação. Chama-se Parasitismo.

Comentário do blog: o barbecue é aqui em casa e o Paulo está atrasado. Será perdoado pois se atrasou escrevendo esse belo texto.

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