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"Black Friday" decepciona nos Estados Unidos
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O clima de euforia com a tradicional promoção de vendas após o “Thanksgiving”, conhecida como “Black Friday”, não é mais o mesmo. Os analistas usam as vendas no varejo nesses dias como termômetro para o apetite do consumidor, e ficaram frustrados com o que viram este ano.

Mesmo com agressivos descontos em eletrônicos e roupas, os varejistas não conseguiram empolgar os seus clientes. As vendas caíram 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a National Retail Federation (NRF). Algo como 6 milhões de consumidores não apareceram para as compras conforme o esperado (foram 133,7 milhões, contra 140,1 milhões aguardados).

As vendas fracas despertaram preocupação com a recuperação da atividade econômica americana. Alguns já acreditam que isso pode ser um sinal de que os melhores dados recentes não vão se sustentar. A NRF esperava uma alta de mais de 4% nas vendas. Ainda assim, a instituição não soou um alerta tão grande, julgando que os consumidores pularam os primeiros dias de descontos agressivos porque estão confiantes no futuro.

Matthew Shay, na NRF, disse que as compras da temporada de férias são uma maratona, não uma corrida rápida. Ele espera que essa temporada ainda seja bastante competitiva e interessante para os varejistas. 

Mas as vendas dos últimos quatro dias caíram para US$ 50,9 bilhões, de US$ 57,4 bilhões no mesmo período de 2013. Foi o segundo ano consecutivo em que as vendas da “Black Friday” caíram. Ainda é possível ver as famosas filas e o desespero dos consumidores eufóricos com os preços menores, mas a promoção vem perdendo em intensidade.

Isso mesmo com descontos agressivos, que fariam os brasileiros morrerem de inveja. Aqui, afinal de contas, os varejistas estão tentando começar a introduzir a “Black Friday”, mas ainda há muitas reclamações dos consumidores. O Brasil chegou a virar piada quando descobriu-se que muitas lojas vendiam os produtos pela “metade do dobro”, ou seja, os preços subiam antes da promoção para caírem em seguida, ficando no mesmo patamar de antes.

Além dessa malandragem, típica do país que tem Macunaíma como herói, nossos produtos custam muito mais, pois pagamos impostos maiores e temos uma economia mais fechada e menos competitiva, com um estado muito intervencionista. Dessa forma, alguns preços vistos na “Black Friday” americana são de dar água na boca dos consumidores brasileiros.

Por exemplo, a Wal-Mart chegou a vender televisores de alta-definição de 50 polegadas por míseros US$ 218, e a Best Buy vendeu um aparelho moderno da Samsung 4k de 55 polegadas por apenas US$ 899. Isso mesmo: menos de R$ 2.400! Uma pechincha, quando sabemos que no Brasil não sai por menos de R$ 5.500…

O resultado tímido nas vendas, mesmo com promoções agressivas e com a queda do preço do combustível, que permite uma sobra extra no orçamento familiar, levanta alguns sinais de alerta para os analistas. Talvez seja apenas a perda do entusiasmo com a “Black Friday”. Mas talvez seja um sintoma de que a recuperação da economia não é tão forte assim. E isso porque o Federal Reserve nem começou a retirar os estímulos agressivos…

Rodrigo Constantino

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