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Caiado estréia na Folha pedindo novas eleições para presidente
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Caiado aponta o dedo para os bolivarianos

Ronaldo Caiado tem preenchido cada vez mais o vácuo existente hoje na oposição, uma vez que a eterna postura em cima do muro dos tucanos não convence aqueles revoltados com o PT, que desejam mais rigor no combate ao bolivarianismo. Político experiente, Caiado adotou um discurso de direita sem medo de dizer seu nome, apontando diretamente para as relações sombrias do PT com o Foro de São Paulo e as ditaduras comunistas, assunto que o PSDB prefere evitar.

Hoje foi sua estréia como colunista na Folha de São Paulo, e o senador do DEM mostrou logo a que veio: defendeu a realização de novas eleições para presidente, já que Dilma não tem a menor condição de continuar “governando”:

O atual cenário, com sinais claros de agravamento, fará o PT tirar dos brasileiros a maior conquista de todos os tempos, que é o Plano Real.

Com a volta da inflação, vamos retroagir aos anos de 1990, quando o setor se endividava com créditos reajustados por taxas e indexadores, as famosas letrinhas. Para exemplificar, ao final do ano agrícola, o produtor contraía um empréstimo equivalente a 10 mil sacas de milho, mas na colheita devia 50 mil sacas.

[…]

Além dos problemas relatados aqui, não cabe a mim, como senador da República, apenas diagnosticar o óbvio e se preocupar com o que possa acontecer, mas sim trabalhar no sentido de antecipar os fatos, mobilizar a classe política, o setor produtivo e a sociedade para o momento que vivemos: a total ingovernabilidade, com a presidente Dilma Rousseff, sem nenhuma credibilidade, atingindo o mais alto patamar de rejeição desde a redemocratização.

Sabedores da importância do setor agrícola e da ameaça que lhe aflige, devemos alçar os olhos também para essa preocupação nacional. Como brasileiros, precisamos abraçar um projeto para tirar o país da crise e promover uma correção de rumos. Para isso, defendo a realização de uma nova eleição para a Presidência da República. 

A ministra Kátia Abreu já teve essa bandeira também, mas preferiu, talvez por vaidade, unir-se ao governo Dilma, o que manchou fatalmente seu currículo e retirou qualquer legitimidade de seu discurso tradicional de direita. Ficou exposta como oportunista, nada mais. Já Caiado ainda conta com o respeito dos produtores rurais, e de todos os brasileiros cansados do PT bolivariano. De olho na crescente rejeição ao governo Dilma, já em 68%, o senador intensifica os ataques e sobe o tom em alguns decibéis, tentando se qualificar como um nome viável de verdadeira oposição nas próximas eleições, talvez em 2018, talvez antes.

Um efeito secundário que seu discurso mais firme tem é tirar o PSDB da zona de conforto. Aécio Neves já teve que aumentar o tom durante a campanha passada, e colheu bons frutos com isso. Mas sabemos qual a natureza dos tucanos: são atraídos para o muro com uma força gravitacional impressionante. Se depender deles, o PT navega em mar de tranquilidade. Até o “aliado” Eduardo Cunha, do PMDB, representa uma oposição bem mais sólida ao PT do que os tucanos.

É nesse contexto que Caiado marca sua presença. O Brasil carece de oposição ao PT em particular e à esquerda em geral. Nossa política é dominada pelos 50 tons de vermelho, e quase ninguém assume um discurso conservador ou liberal abertamente. Chamar MST de bando de criminosos, por exemplo, é coisa que poucos têm coragem de fazer, apesar de ser uma verdade escancarada. Citar as assombrosas afinidades do PT com regimes assassinos é algo que os tucanos evitam ao máximo. E assim o PT consegue posar de “moderado”, apesar de seu óbvio radicalismo revolucionário.

Que Caiado prossiga, portanto, com seu tom mais pesado contra essa quadrilha disfarçada de partido político. Que não dê moleza para esses bolivarianos safados. Que use esse novo espaço conquistado no jornal de maior circulação do país para azucrinar os vermelhinhos, e para oferecer propostas alternativas de verdade, pela via da direita, aquela que vem à contramão dessa gente sinistra. Capice?

Rodrigo Constantino

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