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Chef “choca” o mundo ao mostrar que o bacon não cai do céu nem brota do solo
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Vivemos em uma época muito esquisita. A hipersensibilidade das novas gerações tomou conta de tudo, do politicamente correto chegamos ao ecologicamente correto e, em breve, quem não for vegano será visto como um bárbaro neandertal, um assassino cruel e insensível. Teremos todos que comer apenas semente de quinoa e “churrasco” de tofu com melancia. Dos vikings chegamos aos Justin Biebers da vida. Onde foi que degringolamos no processo?

Falo isso para comentar o caso do chef Henrique Fogaça, que “chocou” o mundo com a foto de um cadáver de porco, na mesma linha de Rodrigo Hilbert, que apareceu num programa caçando e abatendo um carneirinho, e o chef Alex Atala, que já tinha degolado uma galinha ao vivo para depois fritá-la.

Vejam bem: eu adoro animais! (De preferência ao ponto para mal). Sim, eu não gosto de ver essas imagens. Entendo que carneiro, porco e galinha não são como meus queridos cachorros. Tenho três patos de “estimação” também, que vêm se alimentar na minha casa todo dia. Um deles recebeu o carinhoso apelido de Petralha, pois é mau-caráter e fica bicando os demais, inclusive o que julgo ser sua fêmea, para abocanhar mais comida.

Mas daí a ficar horrorizado com animais mortos para nossa refeição vai uma longa distância! Quando eu era moleque, a cozinheira matava a galinha na minha frente na fazenda, quebrando seu pescoço. Era a mesma que aparecia no meu prato depois. Eu sabia, pasmem!, que aquele almoço delicioso não caía do céu, tampouco brotava do solo. Era um animal que se transformava em proteína para meu crescimento saudável e para minha refeição apetitosa.

O Petralha, que bate ponto todo dia aqui em casa demandando sua comida. O Petralha, que bate ponto todo dia aqui em casa demandando sua comida.

Hoje, a geração “merthiolate que não dói” pensa que a proteína animal vem da árvore. Só viram um frango na vida em pedaços congelados no supermercado. Comem carne de porco, mas não toleram ver o bicho morto. Ora bolas! De onde vem o seu bacon, caramba?! Não é uma cena agradável ver bichos morrendo, nem mesmo um peixinho se debatendo em busca de ar. Não somos sádicos para ter regozijo com isso. Mas também não precisamos ser hipersensíveis a ponto de não conseguir ver a realidade como ela é.

Bichos se matam, basicamente para comer. A natureza – ou Deus, para os crentes – fornece inúmeros bichos cuja proteína é saudável para nós, seres humanos, e contribuiu incrivelmente para nossa sobrevivência e evolução. Quem acha que temos caninos afiados e olhos para frente, de predador (presas têm olhos para o lado normalmente, como os coelhos), para “caçar” alface, que seja. Nem vou falar da “maldade” que é comer a pobre da verdura. Defendo o direito individual de escolher sua própria comida.

Mas que esses moderninhos sensíveis estão enchendo o saco com essa imposição de sua visão (afrescalhada) de mundo, isso estão. Fico aqui pensando como vamos derrotar os malucos barbados do Islã com essa garotada que fica “chocada” ao ver um porco morto, passo necessário para o bacon chegar ao nosso prato. Como vamos enfrentar os psicopatas do Isis com rapazes “horrorizados” com uma galinha degolada, após comerem um delicioso coração no churrasco do amigo?

É tudo muito bizarro. Precisamos de mais vikings. O pêndulo da sensibilidade extrapolou demais para o outro lado…

PS: Os mesmos “sensíveis” que ficam aterrorizados com a galinha degolada ou o porco morto costumam relativizar o terrorismo islâmico, justificando seres humanos degolados por malucos muçulmanos como se a culpa fosse do Ocidente. Degolar galinha não pode; degolar seres humanos para destruir a civilização ocidental, isso é compreensível até. Loucura total.

PS2: Um amigo meu lembrou bem: “Eu já fui a um Safari na África e presenciei um leão caçando um antílope na minha frente. Ele enforcava o animal que se debatia em busca de ar, morrendo lentamente. E tudo isso enquanto a Leoa já começava a comê-lo…e ele se vendo comer ainda vivo. Sinceramente…nós somos MEGA-respeitosos com os animais da forma que os sacrificamos para ter comida. Se eles estivessem soltos e livres, em um mundo vegano…seu destino seria MUITO pior nas mãos dos demais animais…” Certo. O problema é que essa turma confunde os filmes de animação da Pixar/Disney com realidade, e acham que o tigre é amigo do elefante e do bicho preguiça…

Rodrigo Constantino

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