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Ciência econômica não é "achismo", búzios ou astrologia. Ou: Eu detesto dizer isso, mas… eu avisei!
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A empresária Luiza Trajano caiu nas graças da esquerda militante, que até deixou de lado a ideologia (capitalistas ricos podem ser muito admirados, quando defendem o governo de esquerda). Vendendo seu peixe, apresentou no Manhattan Conection  uma visão bem otimista de nossa economia. Rebati seu otimismo aqui.

Alguns militantes (a soldo do governo?) apareceram por aqui para condenar meu “achismo”, ou seja, uma visão pessimista que seria sem embasamento algum, ou talvez fruto de minha antipatia pelo PT. Uma postura política, não econômica, portanto. Mas ciência econômica não é chute, não é búzios ou astrologia.

Claro, também não é ciência exata. O futuro será sempre incerto, e isso demanda humildade dos economistas. Erram bastante, e há que se ter muita cautela nas projeções. Dito isso, claro que existem bons e maus economistas, gente que utiliza instrumentos melhores de análise, mais adequados para a realidade, para as leis econômicas e da natureza humana.

Alguns poderiam alegar que fica mais fácil criticar com o benefício do retrospecto. Há um detalhe: a pedra foi cantada antes. Se o Peter Schiff tem as cicatrizes para provar seus acertos enquanto todos ridicularizavam sua visão pessimista antes de 2008, então posso dizer que também tenho as minhas no caso brasileiro.

Em 2010, no auge da euforia com o Brasil, fiz uma palestra com tom bem negativo, alertando para nossos problemas e estimando que, em alguns anos (três ou cinco), teríamos sérios problemas e uma possível estagflação (estagnação econômica com alta inflação):

httpv://youtu.be/IE_ZT55T1Kc

Pois bem: crescimento abaixo de 2% com inflação real de 7% já configura tal cenário descrito. Ou seja, acertei, modéstia às favas. O mais curioso é ver os comentários no vídeo, de gente ridicularizando minhas previsões. Naquela época, a maioria dos analistas vendia um futuro muito promissor para o Brasil, como faz Luiza Trajano hoje. Estavam errados. Muito.

É preciso compreender alguma coisa de economia para opinar com embasamento, e não dar um simples palpite qualquer. A triste realidade é que mesmo nossos vários economistas, muitos (de)formados pela Unicamp ou UFRJ, não entendem nada do assunto!

Acreditam, até hoje, em um estado clarividente, capaz de ser a locomotiva do crescimento com suas inúmeras intervenções. São crentes do nacional-desenvolvimentismo que Dilma pratica. Aí não tem como acertar as previsões mesmo. Só com um milagre!

Rodrigo Constantino

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