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Combatam as Fake News! Desde que venham da direita…
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A agência de notícias ThinkProgress, com viés de esquerda, expressou indignação com o fato de o Facebook ter checado um artigo seu, embora a empresa já tivesse cobrado a checagem de fatos contra a direita.

Em um artigo crítico publicado na terça-feira, Ian Millhiser, da ThinkProgress, acusou o Facebook de preconceito contra a esquerda por conta de uma checagem de fatos que encontrou equívocos em seu artigo sobre Brett Kavanaugh, o nomeado de Trump para a Suprema Corte.

O artigo afirmava que Kavanaugh já havia declarado que estava disposto a derrubar Roe vs. Wade, a decisão mais relevante sobre a questão do aborto. A checagem de fatos feita pela Weekly Standard negava a alegação de que Kavanaugh tivesse declarado que iria reverter a decisão, mesmo que essa posição pudesse ser discutida a partir das declarações que ele fez.

“Enquanto o ThinkProgress se envolve em um argumento para sugerir como Kavanaugh pode votar para desfazer Roe v. Wade”, argumentaram, “o artigo não fornece evidências de que ‘Kavanaugh disse que derrubaria Roe v. Wade'”. Millhiser denunciou a checagem de fatos como uma queixa sobre a semântica em seu contra-argumento:

O Weekly Standard trouxe seu poder de “checagem de fatos” contra a ThinkProgress na segunda-feira, quando a agência determinou que uma matéria do ThinkProgress sobre Brett Kavanaugh era “falsa”, uma categoria definida pelo Facebook para indicar que “a principal mensagem neste conteúdo é factualmente imprecisa”.

Ele também observou que esse rótulo de “falso” significaria uma queda vertiginosa nas visualizações do artigo e asfixiaria a receita com publicidade do site. Bem-vindo ao mundo da direita!

Mas em um artigo anterior na ThinkProgress, a empresa criticou o Facebook por não checar os fatos o suficiente – contra a direita. Ironia das ironias, em um post que iguala a negação da mudança climática com a negação do holocausto, o editor Joe Romm reclamou que o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, “por se associar explicitamente aos negadores do aquecimento global, garantiu que o Facebook continuará sendo uma grande parte do problema das fake news”.

A incongruência irônica foi notada pelo editor político do Daily Mail, David Martosko. “Isso é fofo”, ele twittou. “Um grupo ativista que tenta ser um meio de comunicação está reclamando que o Facebook está recebendo conselhos de uma revista”. Outros esquerdistas registraram indignação contra a ação: “O Facebook parece estar além da salvação”, respondeu o economista Paul Krugman.

“O Facebook está tão desesperado para evitar ser acusado de preconceito ‘liberal’ que está terceirizando seus esforços de checagem de fatos para o Weekly Standard – um canal conservador que publicou muitas coisas factualmente questionáveis”, twittou a repórter Jessica Schulberg do Huffington Post, site de esquerda.

“Então, o Facebook deu ao Weekly Standard o poder de detonar os veículos de comunicação “liberais” e o Weekly Standard agora está fazendo isso”, respondeu Ryan Grim, da The Intercept, também de esquerda.

Ou seja, para a esquerda, como fica claro, essa coisa toda de checar fatos para combater as fake news só vale quando são os esquerdistas procurando pelo em ovo em sites conservadores. Quando um conservador aponta um erro factual num veículo esquerdista, a turma toda sai da toca unida para denunciar o mensageiro, e pressionar o Facebook.

Não surpreende o viés de esquerda das agências de checagem de fato e das próprias redes sociais. Mesmo quando elas tentam fazer algo minimamente imparcial, logo o mundo desaba sobre suas cabeças. É como se fake news tivesse que ser sinônimo de “mentiras da direita”, enquanto a esquerda só fala a verdade. E há quem acredita nessa que é a maior de todas as fake news!

Rodrigo Constantino

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