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Contardo Calligaris acha que obrigar nome original em quem muda de sexo é “inveja do gozo alheio”
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Contardo Calligaris se diz um “anarquista”, mas é, no fundo, um libertino com uma agenda de subversão dos valores mais tradicionais que possibilitaram o Ocidente ser uma civilização mais avançada. Sua grande inspiração parece ser o marquês de Sade. Não esconde seu desprezo pelo cristianismo e sua admiração por quem leva uma vida alimentada pelo puro apetite irrefletido. É, nesse sentido, um “progressista” que atende aos anseios da esquerda moderna.

Na coluna da semana anterior, já tinha chegado ao absurdo de acusar os homens de potenciais estupradores que, no fundo, teriam gozo ao se imaginar como os estuprados. Rebati aqui suas sandices que mais parecem um caso de projeção psicanalítica. Mas na coluna de hoje ele se superou, mostrando que é mesmo um agente de obliteração de valores básicos para a sociedade.

Começa alegando que a palavra “transtorno” é ruim para se referir a quem nasceu com um sexo biológico mas “se sente” do outro. Calligaris nega a natureza humana, despreza qualquer influência biológica no homem. Tudo, para ele, é “cultural”. Assim sendo, se ao menos o mundo fosse mais “esclarecido” e “progressista” e encarasse com a maior normalidade quem nasceu homem “ser” uma mulher e vice-versa, tudo seria uma maravilha e essas pessoas seriam felizes para sempre.

O inferno é sempre o outro, como dizia Sartre, admirador dos tiranos comunistas que trouxeram o inferno para seus países. Essa gente se recusa a ver o homem com maior realismo, compreendendo que o inferno somos nós mesmos. Alguém que nasce em corpo de homem, mas gostaria de ser mulher, ou “se sente” uma, vai enfrentar complicações psicológicas independentemente da aprovação “social”. Eis o que os iludidos “progressistas” ignoram.

Em seguida, Calligaris diz não compreender porque alguns evangélicos querem “disciplinar a vida alheia”, recusando o direito de o nome no RG ser alterado. Ele usa um argumento libertário aqui, de que não diz respeito a ninguém mais como seremos vistos no documento oficial, e que a mudança do nome evitaria o escárnio, aquele mal “social” que seria o causador de todos os transtornos psíquicos.

Ora, será que Calligaris não percebe que a mudança de nome não afeta apenas o indivíduo? Então alguém que nasceu homem, mas se transformou em “mulher”, pode casar com outra pessoa sem que essa sequer tenha o direito de saber de sua origem? Claro que algo assim envolve terceiros! Dificultar ou impedir a mudança no documento oficial visa à proteção desses, não do indivíduo que supostamente ficaria livre dos transtornos se fosse mais aceito.

Pessoas como Calligaris declaram guerra ao conceito de “normalidade” pois só defendem os absurdos. Não suportam a classe média burguesa, considerada “fascista”, justamente porque leva uma vida tida como normal (tanto pelo conceito estatístico como de valores). Papai e mamãe, filhinhos, casamento longo, fins de semana na igreja e com amigos, eis a visão do inferno para eles. Seria um caso de… inveja?

Pergunto isso porque, para o próprio Calligaris, numa inversão absurda, esses “conservadores” querem se meter na identidade alheia por inveja. Sim, os “normais” teriam inveja do gozo dos travestis! É exatamente o que ele afirma: “Chegamos à conclusão: disciplinar significa reprimir no outro o que suponho que seja seu gozo. A origem da paixão de disciplinar está na inveja primária: ele não terá mais do que eu, não gozará mais do que eu”.

Logo, se você, caro leitor, acha que a Roberta Close não deveria ter a “liberdade” de esconder dos outros que não nasceu Roberta, isso só pode ser por pura inveja sua, inveja do gozo maior que você pensa que ela tem por ter transformado seu sexo. É a mente um tanto doentia desses psicanalistas de esquerda, que enaltecem tudo que é estranho e diferente por ódio e inveja de tudo aquilo que é considerado normal. Viram como é fácil usar a estratégia deles contra eles mesmos?

PS: Há vários casos tristes de pessoas que passaram por mudança de sexo e se arrependeram, alguns se mataram. Calligaris vai preferir culpar a “sociedade”, seus “preconceitos”, em vez de enxergar a realidade, a complicação que deve ser para o cérebro ir contra a própria natureza biológica. É que Calligaris faz parte da turma “progressista” que pregava o “sexo livre”, sem “culpa”, como caminho para a felicidade. Não explica como tanta gente que seguiu essa receita acabou tão infeliz. Só pode ser culpa da “sociedade”, do “outro”, do “preconceito” dos “conservadores”…

PS2: O ponto central aqui nem é o direito ou não de mudar o nome no documento oficial, e sim a banalização da mudança de sexo, como se o gênero fosse apenas uma construção social e cultural, e uma cirurgia dessas a coisa mais trivial do mundo. Essa mentalidade é extremamente perigosa para a sociedade.

Rodrigo Constantino

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