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De quem é a culpa: dos políticos ou dos empresários?
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Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

Conveniente, muito conveniente. Num conluio para executar um crime, há culpados e culpados. Ninguém é inocente. No entanto, mesmo nos conluios, há aqueles que são mais culpados do que os outros. Até entre os bandidos é possível se apontar bodes expiatórios para desviar a atenção. Para criá-los basta apelar para as emoções. Conveniente, muito conveniente.

Numa sociedade onde prevalece a mentalidade coletivista; num país onde a grande maioria da população tem aversão aos que têm sucesso, com legitimidade ou não; nada mais conveniente do que colocar empresários, certamente bandidos, como bodes expiatórios, como se fossem os mentores, os únicos beneficiados e únicos responsáveis por toda a criminosa operação.

Essa estratégia tem um objetivo só: gerar um sentimento de comiseração para com os “coitados” agentes públicos, “ingênuos” servidores, merecedores da boa fé da população. Conveniente, muito conveniente.

É feita uma delação, premiada com a impunidade, onde os bandidos empresários se safam da prisão e acusam os servidores públicos com provas viciadas, questionáveis como a fita de áudio da conversa com o presidente, passível de contestação. Conveniente, muito conveniente.

O governo dá imunidade aos membros da quadrilha que entregaram seus cúmplices, mas por causa de problemas técnicos com a prova, não há a certeza de que é possível que se efetive a indiciação. Mesmo assim, a imunidade aos delatores se mantém, o que indica que, em princípio, ninguém irá para a prisão. Todos os envolvidos diretamente na trama de mútuo favorecimento passam incólumes por uma impensável conspiração. Conveniente, muito conveniente.

Os empresários bandidos refugiam-se nos Estados Unidos, na capital do mundo. Os servidores públicos refugiam-se onde sempre estiveram: na capital do crime organizado, Brasília.

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