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A deplorável dependência do estado pela classe “artística”
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Se há algo consistente na história é a mania da esquerda em usurpar conceitos decentes para sua agenda estatizante, monopolizando os fins nobres. Palavras como liberdade, cidadania, diversidade e cultura são usadas por esquerdistas como se somente eles defendessem tais coisas, e quem discordar dos meios propostos – sempre mais estado – só pode ser contra isso tudo.

O caso mais gritante talvez seja o da classe “artística”, e aqui coloco aspas pois é preciso forçar demais a barra para chamar de arte muito do que vemos por aí, bancado por verbas públicas. Esses “artistas” simplesmente não conseguem imaginar um modelo em que seu produto dependa da liberdade de escolha dos consumidores. Tornaram-se totalmente dependentes do estado.

No Segundo Caderno do GLOBO de hoje, Marcus Faustini escreve em sua coluna qual deveria ser a pauta política para 2018 quando o assunto é “cultura”. Logo fica claro que só há uma alternativa: mais estado, e com mensagem esquerdista. A ideologia fica escancarada quando Faustini coloca entre as metas “combater a onda conservadora”, ou seja, um artista precisa ser “progressista”, ou então não é artista. Pobre T.S. Eliot! Diz o escritor:

O que pode o discurso da cultura nas eleições de 2018?

Muitas são as respostas de quem está envolvido ou se identifica com a cultura ao ser abordado sobre qual deverá ser seu papel nas eleições do próximo ano. As respostas imediatas são: 1) Resistir, se posicionando ao lado dos princípios democráticos que foram feridos no país; 2) Lutar contra a forte onda conservadora; 3) Consolidar mecanismos de produção e criação, abalados pelo esvaziamento do orçamento do Ministério da Cultura (MinC) e das políticas públicas nos dois últimos governos; 4) Dar centralidade à criatividade como motor do desenvolvimento; 5) Defender uma política para as artes do espetáculo, prima pobre de todas as políticas que existiram; 6) Aprofundar a cultura como espaço de diminuição das desigualdades e de garantia de nossa diversidade.

[…]

Hora de arregaçar as mangas e fazer de 2018 um ano em que a cultura esteja presente, com seus conflitos, mas também propostas que garantam a existência de uma agenda de políticas públicas essenciais para o direito e o desenvolvimento.

Como autor de um livro chamado Guia Afetivo da Periferia, Faustini deve achar que cultura é tudo aquilo que vem das favelas, ou das elites em nome das favelas, e que conta com recursos públicos para poder dispensar a aprovação do público. Ele não consegue imaginar o florescimento de uma cultura sem o controle estatal, sem o “empurrãozinho” do governo. É a “arte subversiva” mais chapa-branca que existe, pois depende do sistema que diz condenar.

Faustini, como vários “artistas engajados”, quer combater a “onda conservadora” e usar o estado, ou seja, os recursos obtidos pelos impostos dos trabalhadores, para manter essa turma produzindo lixo que ninguém deseja consumir, e que tenha uma mensagem “progressista” e “subversiva”. É preciso, afinal, acabar com as “desigualdades”.

Onde já se viu alguém apreciar mais uma sinfonia de Beethoven em vez de um funk “pancadão”? Puro preconceito elitista, e o estado está aí para isso, para impor o relativismo estético e porcaria em nome da arte e da cultura…

Não passa pela cabeça desses “artistas” estado-afetivos que nós, liberais e conservadores, defendemos o fim do MinC porque valorizamos a arte e a cultura, especialmente a alta cultura, tão importante para elevar o padrão estético e disseminar valores morais decentes. Enfiar lixo goela abaixo do povo, com o dinheiro do povo tirado à força, é algo indecente que deve ser combatido. Viva, portanto, a tal “onda conservadora”!

PS: Se o jornal carioca como um todo é bastante avermelhado, sua parte de “cultura” parece produzida diretamente num DCE de alguma federal, ou então de um diretório do PSOL. Só dá comunista ali…

Rodrigo Constantino

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