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Discriminar é parte de qualquer negócio!
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Adoro churrascaria rodízio. Isso mesmo: sou um monstro pela ótica dos veganos. Adoro carne. Mas não costumo frequentá-las muito, e o motivo é simples: a conta fica salgada demais e saio com aquela sensação de desperdício, pois minha mulher e minha filha comem bem menos do que eu. Mesmo eu tentando compensar e depois me arrependendo na hora da digestão, o fato é que o valor per capita fica alto demais.

Sei que minha experiência não é um caso isolado. Na verdade, ocorre com a maioria dos casais, pois, na média, as mulheres comem menos mesmo. O que faz, então, o dono de uma churrascaria em busca do lucro? Ora, cria uma promoção em que o casal paga um valor menor do que dois homens, pois vai consumir, muito provavelmente, menos. Tudo absolutamente lógico, elementar. Não para o mundo moderno…

Em Maceió, uma churrascaria foi obrigada a pagar R$ 16 mil por danos morais a um “casal” gay, por ter se recusado a cobrar o valor da promoção se uma certidão de casamento não fosse apresentada:

De acordo com a decisão do 3º Juizado Especial Cível da Capital, Ygor Leão do Nascimento e seu companheiro (não identificado) foram jantar na churrascaria no dia 22 de agosto de 2013. Estava escrito na porta que o valor do rodízio para casal era de R$ 29,90. Após jantarem e pedirem a conta, o valor foi de R$ 42,90. Questionado, o garçom alegou que a promoção só valeria para casais homossexuais que apresentassem certidão de casamento. A mesma exigência não se estendia a outros casais, na churrascaria, formados por um homem e uma mulher.

[…]

A direção da churrascaria, através de seu advogado, alegou que a promoção à que se referia a oferta, refere-se a casais, como sendo “formado por homem e mulher”, e que a razão para a promoção em valor mais acessível para casais de sexo diferentes se dá justamente pela diversidade dos sexos, pois “sabida e presumivelmente notório que por razões biológicas a mulher consome menos que o homem”. Ainda segundo a defesa, a promoção é resultado de “estudos prévios realizados mediante o consumo de casais que frequentam o restaurante, e que não houve discriminação”.

Não tenho dúvida de que as almas abnegadas “progressistas” vibraram com a decisão, e no que dependesse dessa gente, o restaurante seria até fechado! É que a intolerância dos “tolerantes” é mesmo incrível. Mas cabe a mim tentar trazer um pouco de razão para esse debate. Então quer dizer que basta afirmar ser um casal e pronto? Se dois homens resolverem que são um casal, o restaurante deve automaticamente reduzir o preço de cada um?

As emoções dos defensores das “minorias” costumam turvar sua capacidade de raciocínio. Como exatamente o gerente do restaurante pode saber que dois homens são mesmo um “casal”? Com base na simples declaração? Mesmo assumindo que há evidências de que formam um “casal” (par), por que deveria o restaurante ser obrigado a estender a promoção a eles se o motivo da promoção é justamente uma estatística de que a mulher, na média, consome menos carne?

Discriminar passou a ser o maior palavrão do mundo para os “progressistas”, mas discriminar é parte de todo negócio. Minha filha, até completar 12 anos, pagava metade do rodízio. Discriminação! Por ser mais nova, assume-se que consome menos. Por que as esquerdas precisam politizar tudo? Por que tudo se transforma em ideologia, em narrativa de vítimas oprimidas?

Imagine uma seguradora que não pudesse discriminar. Iria a falência! Todo o negócio de seguros é calcado em estatísticas de grandes números, em perfis: jovem paga mais caro, pois tende a correr mais de carro e ser menos responsável. Idoso tem plano de saúde mais caro, por motivos óbvios: espera-se que fique doente com mais frequência e certos tratamentos custam muito caro. E por aí vai.

Mas, se depender dos “igualitários”, tudo isso acaba. Não é mais permitido “discriminar” ninguém, ou seja, tratar de forma diferenciada clientes diferentes. Sendo o Brasil o que é, alguém tem dúvida de que vários amigos vão começar a ir nas churrascarias alegando formar casais, ou mesmo orgias? Ei, não podemos ter preconceito com outras formações “familiares” também, não é mesmo? Poliamor: um grupo de dez amigos vai na churrascaria e paga o valor do casal, pois são todos “casados”…

Resumo da ópera bufa: ninguém mais faz promoção, que por definição é uma forma de discriminar, e todos perdem com isso. Não é fantástico?

Rodrigo Constantino

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