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E não é que a esquerda já começou a culpar o “imperialismo ocidental” pelo ataque terrorista islâmico?
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A esquerda radical é previsível. Mas nem por isso deixa de ser asquerosa. Achei que fossem esperar o sangue das vítimas inocentes em Paris esfriar um pouco mais até começarem com as justificativas que transferem a culpa do ataque terrorista para ombros ocidentais, de modo a aliviar o fardo para os fundamentalistas islâmicos. Ledo engano!

Um tal de Breno Altman escreveu um texto medonho em que faz exatamente isso. Arrumei um qualquer obscuro para forçar meu ponto, o leitor poderia dizer. Não fosse o caso de seu texto, publicado num portal abrigado pelo UOL, já ter quase 15 mil curtidas, enquanto seu site tem quase 200 mil curtidas. De qual pântano vem essa turma? Eis o que diz o sujeito:

Este palavrório sobre confronto de valores, entre democracia e terror, não passa de artifício para esconder o ovo da serpente.

A crescente violência entre os povos muçulmanos, muitas vezes banhada pelo desespero e a loucura social, somente pode ser explicada pela ação permanente de rapina das potências ocidentais.

A origem da dor dos franceses não está no islamismo, mas nos Estados dominados pela vertente imperialista da cultura cristã, onde nasceu o colonialismo como sistema afrontoso à autodeterminação dos povos.

[…]

Sem mexer um dedo para desmontar o apartheid sionista e solucionar a questão palestina, a Casa Branca e seus parceiros foram submetendo o mundo muçulmano, do Egito ao Irã, a operações de cerco e asfixia.

[…]

Os jacarés criados no tanque da política neocolonial tinham crescido e ameaçavam comer a mão dos antigos donos.

O presidente francês agora chora pelos mortos e promete mais uma guerra implacável contra o jihadismo.

Pura hipocrisia.

nquanto seu governo e a União Europeia estiverem capturados pela velha lógica imperialista, depois de uma Al Qaeda sempre virá um Estado Islâmico, que será sucedido por alguma expressão ainda mais descontrolada e selvagem de violência anticolonial.

Reparem que teve espaço até para a judeofobia, como se a grande questão do Oriente Médio fosse a minúscula presença de Israel na mais sólida e próspera democracia da região, e não os fanáticos islâmicos que dominam todo o restante praticamente. Essa narrativa tosca ainda seduz muita gente da elite culpada ocidental, da mesma forma que a mensagem anticapitalista conquista abastados pelo mundo todo.

É demagogia pura. É inversão de fatos, lavagem cerebral, mentiras, tudo para aliviar os terroristas e culpar as vítimas pelas atrocidades que sofrem. O antiamericanismo do autor é patológico. Mas se ele quer mesmo culpar a colonização por tudo, então poderia começar explicando porque a Austrália é um país civilizado de primeiro mundo, enquanto a Coreia do Norte é um inferno dominado por um terrorista…

Rodrigo Constantino

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