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É proibido tirar zero em província argentina: mediocridade em nome da autoestima
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Até onde pode ir a valorização da mediocridade? Vivemos em uma estranha época, na qual tudo gira em torno da “autoestima” das crianças e dos jovens. Essa mentalidade levou a uma visão igualitária e politicamente correta que impede as diferenças naturais entre os homens, a própria meritocracia crucial para premiar os melhores.

Com base nesse discurso, uma província argentina chegou a proibir a nota zero nas provas. Afinal, é preciso proteger o sofrimento daqueles alunos incapazes de tirar uma nota razoável. Mesmo que o aluno não consiga responder nada certo, ele não deve ficar com zero, pois isso faria muito mal ao seu ego. Diz a reportagem:

“A avaliação passa a ser com notas de quatro a dez. E para passar de ano o aluno deverá tirar sete”, explica o comunicado da Secretaria de Educação.

O objetivo da medida é evitar “afetar a autoestima” do aluno, conforme explicou a Secretária de Educação, Nora de Lucía, à imprensa local.

“Um aluno que muitas vezes é brilhante em uma matéria acaba ficando desestimulado quando recebe um zero ou outra nota baixa em outra matéria. Acho que devemos cuidar da autoestima da criança”, disse a secretária em entrevista à rádio Mitre, de Buenos Aires.

O governador Daniel Scioli disse que a reforma contribuirá para “reduzir a deserção escolar e gerar incentivo” ao aluno.

A decisão de eliminar as notas vermelhas, foi anunciada na semana passada e gerou polêmica no país.

O ex-ministro da Educação Juan Llach, criticou a medida por entender que não contribui para melhorar o rendimento do aluno ou para melhorar o ensino na Argentina.

“Acho que a medida pode ter efeito contrário. O aluno não leva o zero e vai achar que está sendo visto como coitado e não como alguém que quer e pode enfrentar um desafio e crescer”, disse à imprensa local. Para ele,”o zero ou qualquer nota baixa não estigmatiza ninguém”.

É ou não é um espanto? Aqui no Brasil, alguns prefeitos adotaram o critério de aprovação automática, acabando com a reprovação. Medida que é fruto da mesma mentalidade igualitária que enaltece o medíocre. Por que se esforçar para se destacar em um mundo desses? Por que estudar mais se a ideia é aprovar todos em nome da autoestima dos piores?

Imagine o aluno ralar, deixar de ir à praia no domingo para tirar uma nota boa, e depois ver que o colega vagabundo, que só quer saber de curtir, ficou com nota parecida, pois a escola não pretendia ferir sua autoestima. Que tipo de mensagem isso passa aos que se dedicam mais?

O socialismo – pois isso é uma forma de socialismo dentro das escolas – é a pura idealização da inveja. Os piores querem combater as diferenças em nome da igualdade independente de mérito. Focam apenas nos resultados, nos sintomas, e nunca nas causas. Querem forçar uma redução das diferenças, mesmo que isso puna os melhores.

Como disse Thomas Sowell, é impossível ensinar a todos no mesmo ritmo, a menos que esse ritmo desça até o nível do menor denominador comum. Os socialistas, ao combaterem o sucesso individual, idolatram os piores. E acham que podem resolver seus problemas por decreto. Basta aprovar uma lei dizendo que, a partir de agora, o zero não é mais zero, e sim quatro. Pronto, tudo resolvido!

Rodrigo Constantino

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