O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8% no terceiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores. Em relação ao 3.º trimestre de 2017, o crescimento foi de 1,3%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador é usado para medir o desempenho da economia.
O crescimento de 0,8% já era esperado pelo mercado. Porém, a melhora é atribuída à base fraca de comparação, já que no segundo trimestre deste ano o crescimento foi de apenas 0,2%, devido à greve dos caminhoneiros.
Para o ano, segundo o último Boletim Focus, os economistas acreditam que o PIB vai acumular alta de 1,36%, percentual ainda baixo para reverter tudo o que a economia encolheu durante os quase dois anos de recessão, entre 2014 e 2016.
Eis aí o “legado” de Temer na economia. A sangria desatada deixada pelo PT foi estancada, mas não conseguimos retomar um crescimento verdadeiro, que possa reduzir as agruras de um povo sofrido.
E o maior problema é que, do ponto de vista estrutural, seguimos com muitos obstáculos ao crescimento. O maior deles: a baixa poupança interna, resultado de um governo perdulário que suga quase tudo para si. O professor Ricardo Bergamini explica da forma mais direta possível:
1 – A taxa de Investimento no terceiro trimestre de 2018 foi de 16,9% do PIB. No terceiro trimestre de 2013 foi de 21,5% do PIB. Redução de 21,40% em relação ao PIB em cinco anos.
2 – A taxa de poupança bruta no terceiro trimestre de 2018 foi de 14,9% do PIB. No terceiro trimestre de 2009 foi de 20,9% do PIB. Redução de 28,71% em relação ao PIB em nove anos.
Conclusão: Sabedores há mais de duzentos anos que: (poupança = Investimento = crescimento) podemos afirmar, de forma cabal e irrefutável, que o Brasil avança para o abismo. Seja por culpa da esquerda, da direita, do centro, do comunista ou do liberal. Cada um escolha o seu culpado de preferência.
De todos os gargalos que compõem o custo Brasil, esse talvez seja o mais importante. Sem poupança não há investimento, e o Brasil não pode ficar dependendo sempre da poupança externa, pois ficamos numa situação frágil, e qualquer espirro lá fora pegamos pneumonia.
A única maneira de resolver isso para valer é reduzir drasticamente os gastos públicos e permitir maior poupança doméstica pelo setor privado. A reforma previdenciária é “o” caminho para isso. Com a criação de contas individuais de capitalização, haveria muito mais poupança também, como ocorreu no Chile.
O governo é um dreno de recursos que se perdem em ineficiência e corrupção da máquina estatal. Paulo Guedes está ciente disso, e sabe que a “estatização da poupança” é um dos grandes males que assolam o país. Espera-se que sua equipe, com a articulação política do governo Bolsonaro, consiga reverter esse quadro. Sem mais poupança não haverá crescimento sustentável. É simples assim!
Rodrigo Constantino
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