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A economia do moto perpétuo: esquerda heterodoxa acha que basta gastar para crescer
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“Segundo Marx, para acabar com os males do mundo, bastava distribuir; foi fatal; os socialistas nunca mais entenderam a escassez”. A frase, de Roberto Campos, resume com perfeição a mentalidade típica da esquerda heterodoxa. Para ela, se o governo aumentar gastos públicos e investimentos, isso vai gerar mais “demanda agregada”, produzir riqueza e empregos, e as famílias poderão consumir mais, num círculo virtuoso que se assemelharia ao moto perpétuo de crescimento. Doce ilusão!

Esse foi o tema do artigo de Marcos Lisboa e Samuel Pessôa publicado hoje na Folha. Ambos são economistas com viés de centro-esquerda, ligados aos tucanos, mas que não abandonaram o bom senso – e as calculadoras. Nesse debate dentro da esquerda, aliás, fica claro como um lado, dominado pelo radicalismo socialista, abandonou qualquer esforço de raciocínio, preferindo sempre pregar a mesma receita: aumento de gastos públicos.*

Para quem tem apenas um martelo, tudo se parece com prego. Lisboa e Pessôa mostram que é possível ser de esquerda, mas prezar ao menos a ortodoxia econômica, a matemática, o bom senso. Eis alguns trechos do artigo:

Os economistas heterodoxos brasileiros frequentemente defendem que a expansão do gasto público pode ser autofinanciável.

O maior gasto público na expansão da produção amplia a oferta de bens e serviços, ao mesmo tempo que aumenta a renda das famílias e o seu consumo. O crescimento da economia aumenta a arrecadação de tributos, financiando o maior gasto público.

Descobriram o círculo virtuoso: o Tesouro emite dívida, e o resultado é o maior crescimento econômico e da receita de impostos. No fim do ciclo teríamos a redução da dívida pública como fração da economia! Economistas heterodoxos declaram sucesso onde a física fracassou: a invenção do moto perpétuo.

[…]

A criatividade dos heterodoxos resolveu o problema da escassez. Basta gastar mais para ficar mais rico. Se essa dinâmica fosse possível, seria difícil entender o subdesenvolvimento de muitos países. Afinal, o aumento do gasto público aumenta a renda do país.

Os “economistas” da Unicamp, a turma toda ligada ao PT, a Ciro Gomes e companhia, todos eles insistem nessa receita irresponsável, maluca, absurda. O grupo de economistas ligado a Ciro Gomes, por exemplo, ainda acredita que basta desvalorizar a moeda para impulsionar o crescimento. É muito atraso ideológico, possível pela total blindagem de suas mentes a todos os fatos.

A receita heterodoxa de esquerda produziu o caos em que o Brasil vive até hoje, agora menor graças às políticas ortodoxas do governo Temer. Mas a esquerda radical tem a solução para os problemas que criou: aumentar a dose do veneno! Seria cômico, não fosse tão trágico…

* Sempre condenei aqueles à direita que jogam petistas e tucanos no mesmo saco podre, lembrando que os petistas são bem piores em tudo, além de serem totalitários e antidemocráticos. Dito isso, entendo perfeitamente quem simplesmente cansou do PSDB, de sua covardia, de sua postura pusilânime sempre dando um jeito de aliviar a barra do PT. Também destaco que o foco aqui foi estritamente econômico, e nessa área há uma diferença maior entre ambos. Mas no campo do comportamento, os tucanos são “progressistas” e se parecem muito com seus primos petistas.

Rodrigo Constantino

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