• Carregando...
Eduardo Campos: "Não há ninguém que ache que mais 4 anos do que está aí vai fazer bem ao povo brasileiro. Nem eles mesmos."
| Foto:
Fonte: Estadão

O governador pernambucano e provável candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, lançou agora há pouco as diretrizes de seu programa de governo em Brasília. Campos disse, de forma direta: “Não há ninguém que ache que mais 4 anos do que está aí vai fazer bem ao povo brasileiro. Nem eles mesmos.”

O socialista diz que o Brasil vive “a sensação da freada, do desencontro”. Para ele, “Não podemos botar cabresto na democracia, enquadrar o debate político através de cargos…”. Campos diz que fez oposição a FHC “sem pedras na mão ou desqualificando a democracia, e sim com ideias.”

Com cores menos socialistas, Campos afirmou: “O Estado brasileiro complica a vida das pessoas em cada quadrante do País.” Atacou, ainda, a nossa burocracia e o distanciamento do governo em relação ao cidadão: “Brasil é o País que passa mais tempo na internet e tudo isso não dialoga com o serviço público”.

Apesar de tradicionalmente os esquerdistas colocarem o foco na “justiça social”, Campos reconheceu que é necessário focar no crescimento, no aumento da riqueza: “Não há justiça social sem desenvolvimento.” Para tanto, e já um lugar-comum nos discursos, disse que se é preciso ter uma prioridade, que seja a educação: “Sonho em ver um dia um cidadão da classe média, um empresário, matriculando seu filho na escola pública brasileira.”

Aderindo ao politicamente correto para agradar grupos organizados de interesse, Campos propõe política de segurança que proteja “os pretos, os pobres, gays e lésbicas da violência urbana.” Seria melhor propor uma segurança que proteja todos os brasileiros corretos, independentemente de cor, renda ou preferência sexual, não é mesmo?

Por fim, garantiu que não haverá aliança regional que se sobreporá a este projeto nacional. São pontos pragmáticos destacados por uma “oposição” ainda muito à esquerda do desejável, mas sem dúvida menos pior do que o atual governo do PT. Não deixa de ser algo positivo ver que a própria esquerda critica o PT por seu excesso de intervencionismo.

O mais importante é destacar o senso de oportunidade de um político nordestino experiente, que fazia parte deste governo petista desde o começo, mas percebe agora que é chegado o momento de mudar. O projeto do PT é autoritário e não produz resultados eficientes. A conta começa a chegar. Campos, antigo aliado, sente isso e pula do barco, que já mostra vários sinais de vazamento.

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]