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Empresários vão doar R$ 16 milhões para o governo do RS: as consequências serão desastrosas
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Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

Cerca de 40 empresários graúdos do RS se comprometeram a doar algo próximo à 16 milhões de reais para melhorar a segurança pública, adquirindo equipamentos para a Brigada Militar em conjunto com a Secretaria de Segurança.

Queriam para isso que uma lei específica fosse aprovada, condicionando a tal doação a certas exigências, visando a boa aplicação dos recursos. O dinheiro parece que já foi angariado e está depositado em uma conta bancária para ser transferido ao Caixa Único do Estado ou ser aplicado diretamente na compra do material necessário que falta para um policiamento adequado.

O governo teria enviado ao parlamento uma lei desprezando totalmente as exigências da proposta dos empresários. O dinheiro está disponível há quase noventa dias, parado a espera desse governo imóvel. Me contaram que o setores de apoio ao governador estão esperando chegar mais perto das eleições para aderirem à proposta, dando lhe uma conotação de que teria sido obra do governo atual, que enviaria oportunamente então um projeto de lei de modo a viabilizar esse investimento, resultando em ganho político eleitoral para o partido da situação e o governador de plantão.

Eu havia dito que essa doação era um tiro que sairia pela culatra por vários motivos que resumo abaixo:

1 – A doação passa a impressão ao governo e ao povo que os empresários (talvez seja o caso apenas desses que doaram) estão nadando em dinheiro, pagando pouco imposto e por isso resolveram transferir ainda mais dinheiro ao governo, ainda por cima de forma voluntária, como se este já não fosse abastecido suficientemente com a elevada, escorchante, carga tributária.

2 – Ao darem mais dinheiro para aquilo que o governo deveria tratar como prioridade, isentam-o de enxugar a máquina pública das suas vulgares futilidades. Dispensam de privatizar estatais e reduzir gastos correntes, recolocando-o numa zona de conforto com essa arrecadação extra, o que lhe permitirá seguir gastando mal e acabará deixando de fazer os ajustes necessários, o que resultará no futuro em aumento da taxação na produção e no consumo. Isso fará aumentar ainda mais o desemprego, trará destruição de oportunidades e prejudicará a criação de riqueza.

3 – Com esses milhões, as empresas de segurança privada fariam um estrago na bandidagem, com o policiamento preventivo na cidade, zelando pela vida e propriedade do indivíduos.

4 – O dinheiro que estão mandando para o governo torrar com suas excentricidades, fará falta para os investimentos em áreas produtivas, que poderiam gerar novos postos de trabalho, aumentando a atividade econômica e até a arrecadação de impostos que infelizmente, pelo modelo de país que temos, é o que iria pagar pelos gastos do governo em segurança.

Empresários que achavam que controlariam o prefeito, já se sentiram traídos por ele, pela forma que ele dirige o seu negócio, sendo o síndico de luxo da cidade. Agora, vão levar outra rasteira, desta vez do governo do estado.

Resumo da ópera: empresários não entendem que não dá para misturar o poder econômico e o poder coercitivo do governo. Temos é que separá-los e não juntá-los. A não ser é claro, que se queira algum privilégio que logo logo será cobrado, o que não parece ser o caso. Lembrem-se, meus caros, que entre o poder das armas e o poder do dinheiro, ganha sempre o primeiro.

Nota do blog: Rachewsky está certo e dar ainda mais dinheiro para o governo é mesmo um tiro no pé. Esses empresários já pagam imposto demais, e o governo é ineficiente ao usar tais recursos para garantir o direito mais básico do cidadão, à segurança. Muito melhor seria doar essa quantia – ou mesmo uma fração dela – ao Instituto Liberal. Faríamos um estrago no gigantismo estatal com essa verba, o que produz resultados bem melhores a longo prazo. Mas nossa elite empresarial costuma ser míope e focar apenas no imediato, ainda por cima acreditando que a solução vai passar pelo governo. Não entenderam que o governo é o problema, não a solução… 

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